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A OMS eleva para mais de 1.500 os mortos pela epidemia de ebola

A organização alerta que o número de casos poderá disparar e ultrapassar 20.000 O custo para conter a transmissão nos próximos seis meses é de 1,1 bilhão de reais

Médicos acompanham um doente em Monróvia, Libéria.
Médicos acompanham um doente em Monróvia, Libéria.ZOOM DOSSO (AFP)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou para 1.552 o número de mortos pelo ebola, de um total de 3.069 casos confirmados na Guiné, Libéria, Serra leoa e Nigéria. A cifra de casos reais pode ser até quatro vezes superior. A entidade alertou que o surto poderia terminar afetando mais de 20.000 pessoas antes de abrandar. O custo estimado para conseguir conter a transmissão nos próximos seis meses é de 490 milhões de dólares (1,1 bilhão de reais), segundo cálculos.

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O balanço anterior era de 1.427 mortos e 2.615 contaminados. “Mais de 40% do total dos novos casos ocorreu nos últimos 21 dias”, especificou a OMS, depois de ressaltar que estão concentrados em algumas “poucas localidades”. Um total de 62% dos casos informados corresponde à área considerada como o epicentro do surto: Gueckedou (Guiné), Lofa (Libéria) e Kenema e Kailahun (Serra Leoa). As situações mais graves foram registradas principalmente na Libéria, com 1.378 casos, que incluem 694 mortes; e Serra Leoa, com 1.026 casos e 422 mortes.

No relatório da OMS consta que em muitas áreas de “intensa transmissão” o número de doentes poderia ser entre “duas e quatro vezes maior” do que se tem registro. Nesse sentido, admite que, “no transcorrer desta emergência”, o número de casos poderá disparar e chegar a superar 20.000. “As atividades de reação têm de adaptar-se às zonas de transmissão muito intensa e é preciso prestar especial atenção para deter a transmissão em grandes cidades e portos”.

A média de mortalidade é de 52%, com a taxa mais baixa em Serra Leoa (42%) e a mais alta na Guiné-Conacri (66%). A organização recorda que no Congo foi confirmado um surto separado de ebola, que não tem relação com o da África Ocidental.

O orçamento que a OMS calculou para conter a transmissão do vírus não inclui o restante do dinheiro necessário para manter os serviços essenciais de saúde das referidas nações.

Morre um médico nigeriano

Um médico morreu nesta quinta-feira por causa do vírus na cidade de Port Harcourt, o que o transforma na primeira vítima fatal registrada fora de Lagos, onde morreram outras cinco pessoas. O médico tinha mantido contato com o nigeriano que trabalhava na Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental e que morreu depois de ter contato com Patrick Sawyer, a primeira pessoa a morrer com a doença no país.

Port Harcourt, capital do Estado de Rivers, é uma cidade petrolífera situada ao sul da Nigéria, o país mais populoso da África. A propagação da doença para além de Lagos significa um retrocesso nos esforços para deter a disseminação do vírus. A OMS tinha afirmado recentemente que a transmissão tinha sido contida nesse país.

Bonoha recebe alta médica após 21 dias de isolamento

A religiosa Juliana Bonoha, a mulher que acompanhou o falecido padre Miguel Pajares quando este foi repatriado para a Espanha por estar infectado com o ebola, recebeu nesta quinta-feira alta médica do hospital Carlos III de Madri após permanecer 21 dias internada e isolada por ter estado em contato com o vírus, ainda que, em tempo, tenha sido confirmado que ela não sofre da doença.

A irmã se encontra “bem de saúde e animada”, segundo um comunicado que sua congregação, as Missionárias da Imaculada Concepção (MIC), divulgou esta manhã. Bonoha pediu expressamente que se respeite sua decisão de não atender aos meios de comunicação “já que precisa descansar”, acrescenta o texto. A religiosa teve alta do hospital Carlos III antes das nove da manhã (antes das 4 da manhã de Brasília) desta quinta-feira.

Juliana Bonoha chegou a Madri em 7 de agosto repatriada da Libéria com o sacerdote Miguel Pajares, que faleceu no dia 12 de agosto por causa do vírus. A religiosa permaneceu 21 dias em isolamento e sob observação no Carlos III. Ainda que em 7 de agosto tenha sido detectado que ela não estava infectada pelo vírus, o hospital decidiu manter o protocolo de segurança e isolamento. Durante este período foi submetida a várias análises para observar seu progresso.

“As Missionárias da Imaculada Concepção querem mostrar todo nosso agradecimento ao Governo da Espanha e a todas as instituições públicas envolvidas na repatriação da irmã Juliana e sua atenção médica por parte dos funcionários do Hospital Carlos III”, diz o comunicado da congregação. “Além de agradecer à sociedade em geral e os meios de comunicação pelas mostras de apoio que nos enviaram desde que ela chegou à Espanha”, conclui.

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