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A UE e Cuba avançam para assinar seu primeiro acordo bilateral

A delegação europeia enfatiza os "substanciais progressos" na negociação

Ignacio Fariza
Um táxi antigo do setor privado, em 25 de agosto na Havana.
Um táxi antigo do setor privado, em 25 de agosto na Havana.Alejandro Ernesto (EFE)

A UE e Cuba terminaram nesta quinta-feira a segunda rodada de negociações para seu primeiro acordo bilateral com "importantes progressos". As delegações iniciaram as conversações em abril e voltarão a se reunir no começo de dezembro, em Havana, para tratar do capítulo econômico do pacto. O acordo resultante substituirá a denominada Posição Comum, adotada unilateralmente pela UE em 1996, que foi rejeitada integralmente pelo Executivo cubano. A Europa trabalha com a ideia de concluir a negociação durante o próximo ano.

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"Os representantes cubanos vieram a Bruxelas muito bem preparados e com um espírito construtivo e de compromisso que nos permitiu atingir um avanço bastante substancial", destacou Christian Leffler, diretor geral para a América da diplomacia europeia e chefe da delegação comunitária nas negociações. Nesta segunda rodada, as equipes de negociadores se concentraram na área de cooperação —que abarca desde direitos humanos e fundamentais até a administração pública, passando pelo emprego e assuntos sociais. Junto com o diálogo político e institucional, as relações econômicas e comerciais, a cooperação é um dos os três pilares básicos sobre os quais se estruturam os diálogos.

"No plano político, ainda falta bastante trabalho; em matéria de cooperação fizemos progressos e aplainamos o terreno, no pilar comercial e econômico acabamos de começar a negociar", indicou Leffler. "Ambas as partes têm uma implicação pragmática e há um reconhecimento mútuo sobre as preocupações das duas partes".

O diretor geral para as Américas, Christian Leffler
O diretor geral para as Américas, Christian LefflerEFE

Embora o tom geral da equipe negociadora europeia tenha sido positivo, Leffler admitiu que se trata de um acordo "complexo" e que "levará tempo". A delegação da UE evitou se pronunciar sobre progressos concretos, mas destacou o êxito de ter conseguido uma "visão comum" no capítulo de cooperação, inclusive em um dos pontos mais candentes: a participação da sociedade civil.

O chefe negociador europeu insistiu, não obstante, nos "enormes" desafios que Cuba enfrenta no que se refere ao controle estatal da economia e da sociedade. "Deve avançar para um sistema mais aberto e flexível. Queremos acompanhar Cuba nesse processo, mas ainda temos de encontrar a maneira apropriada", afirmou enquanto fazia um reconhecimento explícito da situação "positiva" da ilha em áreas como a saúde e a educação em relação a outros países de seu entorno. Se o processo de negociação for concluído com sucesso, Cuba poderia superar o bloqueio institucional ao que está sujeita há 18 anos.

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