Merkel apoia o Governo da Ucrânia com uma ajuda de 1,5 bilhão de euros
O comboio humanitário enviado por Moscou volta à Rússia após deixar sua carga em Lugansk
A chanceler alemã Angela Merkel ofereceu, neste sábado, 500 milhões de euros (cerca de 1,5 bilhão de reais) para ajudar a Ucrânia a reconstruir o leste do país, devastado pela guerra. Merkel fez seu anúncio diante do presidente ucraniano Petro Poroshenko, em Kiev, como parte de uma visita cujo principal objetivo é demonstrar o apoio da Alemanha ao novo Governo da Ucrânia. Além de se encontrar com Poroshenko e com o primeiro-ministro Arseni Yatseniuk, Merkel também se reunirá com outras autoridades, entre as quais pode estar o líder dos tártaros da Crimeia. A ideia da chanceler é dar ímpeto a um plano que permita acabar com o conflito entre forças governamentais e separatistas no leste da Ucrânia.
Poroshenko descreveu Merkel como uma "boa amiga e defensora da Ucrânia", e lembrou que os dois conversaram em mais de 20 oportunidades nos últimos dois meses, o que ajudou substancialmente a Ucrânia a proteger seus interesses. Para o presidente ucraniano, é simbólico o fato de a visita da chanceler alemã se dar no Dia da Bandeira Estatal, neste sábado, e na véspera do Dia da Independência, celebrado no domingo.
De sua parte, Merkel afirmou que viajou a Kiev para discutir a ajuda da Alemanha à Ucrânia nestes tempos difíceis que o país enfrenta, além de debater "os caminhos para a paz que devemos percorrer".
A visita de Merkel ocorre em um momento delicado, quando as tensões entre Kiev e Moscou aumentaram por causa da chegada de um comboio de ajuda humanitária russo a Lugansk na sexta-feira, antes que os ucranianos autorizassem sua entrada no país. O Kremlin decidiu não esperar e classificou como "intoleráveis" os obstáculos "artificiais" que Kiev seguia colocando.
A decisão russa foi criticada pela OTAN, pela União Europeia e pelos Estados Unidos, país este que exigiu a volta imediata dos caminhões. A caravana com mais de 260 veículos regressou ao território russo neste sábado, depois de deixar mais de 1.800 toneladas de ajuda humanitária – principalmente alimentos, água, geradores de eletricidade e sacos de dormir – em Lugansk, cidade que teve grande parte destruída por bombardeios da artilharia ucraniana e cuja população sofria com a escassez de alimentos.
"Parte dos caminhões do 'comboio humanitário' da Federação Russa é utilizada para retirar equipamentos de nossas empresas [militares] em Lugansk e Donetsk e entregá-los à Rússia", denunciou, em Kiev, o Conselho de Segurança Nacional e Defesa ucraniano. Segundo o órgão, foram colocados nos caminhões equipamentos da empresa Topaz, de Donetsk, que produz radares Kolchug, além de fuzis de uma fábrica de Lugansk. O Conselho, entretanto, não divulgou documentos ou fotos que corroborem suas acusações. Além disso, os veículos russos não chegaram a Donetsk, que fica a 255 quilômetros do ponto onde cruzaram a fronteira. Eles apenas seguiram até Lugansk, que está a 55 quilômetros do território russo.
A situação continua sendo muito difícil para os habitantes de Lugansk, que não têm água nem luz. Os telefones fixos e celulares tampouco funcionam. A prefeitura informou que nas últimas 24 horas 68 civis foram feridos por causa dos bombardeios que atingem a cidade. Em Donetsk, outro bastião separatista, três pessoas morreram por causa de bombas que continuam caindo.
Depois de vários dias de espera na fronteira, o comboio russo, que carregava 2.000 toneladas de ajuda humanitária, chegou nesta tarde a Lugansk, localidade pró-Rússia cercada pelo Exército ucraniano. Cansado dos "obstáculos" impostos por Kiev, o Kremlin ordenou o deslocamento unilateralmente. Apesar disso, as autoridades alfandegárias não se apresentaram para formalizar os trâmites. Os 262 caminhões – dos quais apenas 34 foram inspecionados pela alfândega ucraniana – já haviam cruzado previamente o posto de fronteira de Izvarino.
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