O Barça goleia na volta de Neymar
Além do brasileiro, que retornou a campo após a lesão sofrida na Copa, Messi e Munir protagonizam a vitória por 6 x 0 sobre o mexicano León, na estreia de Luis Suárez
Com a falta de supercopas e de turnês pelo mundo mundial, ao Barça só lhe resta passar o verão em casa e dar asas ao Gamper, um troféu que por outro lado merece a maior das honras por levar o nome do fundador do clube e que historicamente era utilizado para apresentar a contratação mais importante – além de saber se tinha time ou não para ganhar o Campeonato Espanhol e a Copa da Europa ou teria de lutar pela Copa e a Recopa. Agora não há lugar para grandiloquências no Barcelona, exceto que se impõe recuperar aos poucos a autoestima no calor do lar, ao lado da onda dos turistas que estão de passagem pelo Camp Nou (72.475 espectadores), e muito melhor se pode ser contra rivais acessíveis, como o León de Guanajuato.
Dito dessa maneira, circunscrito o desafio, o Barça dignificou o Gamper com uma goleada contra o bicampeão do México. Neste domingo estreou Luis Suárez, um centroavante clássico que usa a camisa 9, e essa equipe que alinhou pela primeira vez pode muito bem começar jogando no domingo contra o Elche, depois de apresentar o elenco comandado por Luis Enrique. O treinador é novo, o presidente também e até o capitão: Xavi tomou o microfone para recordar Puyol, Valdés e Corbella, o célebre roupeiro que foi para a porta de saída quando o convidaram a deixar o vestiário em troca de aguardar a aposentadoria como se fosse um funcionário administrativo. O tom reivindicativo dos que já têm um tempo de casa se estendeu no campo com os gols de Messi e de Neymar.
BARCELONA 6 X 0 LEÓN (MÉX)
Barcelona: Bravo (Masip, m. 65); Alves (Montoya, m. 65), Mascherano (Piqué, m. 46), Mathieu (Bartra, m. 65), Alba (Grimaldo, m. 73); Rakitic (Xavi, m. 65), Busquets (Samper, m. 65), Iniesta (Sergi Roberto, m. 65); Rafinha (Luis Suárez, m. 73), Messi (Sandro, m. 65) e Neymar (Munir, m. 46). Não utilizado: Song.
Club León: Yarbrough (Martínez, m. 69); Magallón (Ortíz, m. 87), Márquez (Wanderley, m. 51), González (Castañeda, 87), Edwin (Rocha, m. 69); Vázquez (Pineda, m. 69), Elías (Delgado, m. 60); Cárdenas (Bravo, m. 69), Yalmilson (Sabah, m. 60), Peña (Navarro, m. 60); e Boselli (Caicedo, m. 60).
Gols: 1-0. M. 3. Messi. 2-0. M. 12. Neymar. 3-0. M. 43. Neymar. 4-0. M. 53. Munir. 5-0. M. 79. Munir. 6-0. M. 90. Sandro.
Árbitro: Álvarez Izquierdo.
Camp Nou. 72.475 espectadores.
O 10, inédito na temporada até a noite de domingo, marcou o 1 x 0 logo depois de uma jogada que pareceu uma declaração de intenções sobre como Luis Enrique quer que se jogue; a recuperação de Rakitic, a aceleração de Messi para Neymar, o centro do brasileiro e a cabeçada do argentino, habilitado por Márquez. Voltando à ativa depois da lesão que sofreu durante a Copa do Mundo, Neymar fez o 2 x 0 e o 3 x 0 em duas ações deliciosas, a primeira depois de uma assistência de Iniesta e a segunda resolvida com certa frivolidade pelo adorno: um toque de calcanhar de costas para o gol para concluir o passe de Messi e a rebatida do goleiro do León. Munir, a revelação do verão azul-grená, apareceu bem no 4 x 0 e no 5 x 0. E no minuto 75 saiu Luis Suárez, que não atuava desde a mordida em Chiellini.
Em alguns momentos, o futebol do Barça foi vertical e suas transições vertiginosas, salpicadas pelos arremates a meia distância de Rakitic, o mestre de cerimônias do novo Barça. Houve momentos também em que minguaram a pressão e a rapidez e não aconteceu nada no Camp Nou. Nunca faltou, entretanto, intensidade e aplicação, porque o técnico já anunciou que a concorrência para entrar no time será feroz. Não se pode dizer tolices nem perder o tempo, exceto que se recuperou a cultura do esforço a partir de uma distribuição inovadora: os três atacantes jogam por dentro enquanto os laterais ocupam as bandas depois da extinção dos pontas, simbolizada pelo rei da espécie, o irreverente Deulofeu, emprestado ao Sevilla.
O León mostrou muito pouco, foi espectador da jornada barcelonista, recompensado pelos aplausos a Márquez, um central estupendo, fundamental para entender o jogo ofensivo do melhor Barça. Mais que no jogo, muitos torcedores repararam nos jogadores: nos novos que ensejam otimismo como Rakitic e Munir, vindo das divisões inferiores do clube; nos já conhecidos, poucos com a envergadura de Neymar e Messi, muito participativos; e nas figuras do mercado representadas por Luis Suárez, cuja presença foi testemunhal, ainda sentindo falta de treinos coletivos, à espera de jogar a sério a partir do clássico de outubro. Não esteve mal para que os torcedores começassem a recuperar o ânimo e as boas sensações, finalizadas com o 6 x 0 de Sandro.
À falta do gol de Luis Suárez, a grande figura foi Munir, protagonista de um Gamper que o Barça montou à sua medida para se preparar para o início do Campeonato Espanhol. Ainda que haja muita pólvora, como se notou na apresentação, não se sabe ainda se a mecha vai ser acesa no Barcelona.
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