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Os curdos e os EUA bombardeiam os jihadistas perto de Mossul

A aviação dos EUA e tropas peshmergas combatem pelo controle da principal barragem do Iraque Radicais do Estado Islâmico matam 80 yazidis e por não se converterem ao islã

Yazidis em um campo de refugiados.
Yazidis em um campo de refugiados.AHMAD AL-RUBAYE (AFP)

Forças curdas apoiadas pela aviação norte-americana, que utilizou caças e drones, lançaram neste sábado una dura ofensiva para recuperar a barragem de Mossul, no norte do Iraque, lugar estratégico dominado pelos radicais do Estado Islâmico (EI) desde 8 de agosto. A ofensiva foi intensificada depois que o EI assassinou dezenas de membros da minoria yazidi por não se converterem ao islã.

"Os combatentes curdos, com o apoio dos norte-americanos, tomaram o controle do lado oeste" afirmou à AFP o general Abdel Rahmane Korini, garantindo que foram mortos vários membros do EI –onze segundo fontes das forças de segurança citadas pela a BBC. Outras fontes elevam a cifra para mais de vinte. Segundo depoimentos de testemunhas no local, os bombardeios começaram de manhã e os enfrentamentos no terreno tiveram início poucas horas depois.

Desde 10 de junho, o EI controla Mossul, a segunda cidade do Iraque, e luta no norte do país para ampliar seu declarado "califado", como aconteceu no dia 5 de agosto, quando tomou o povoado de Sinjar, o que desencadeou uma crise humanitária denunciada pela ONU. A barragem de Mossul é umas das principais reservas estratégicas de água do Iraque, com capacidade de vários milhões de metros cúbicos. Está localizada a 23 quilômetros a sudoeste da cidade de Dohuk, na região do Curdistão, e é uma das instalações estratégicas mais importantes do Iraque.

Além disso, representa uma ameaça importante para as cidades iraquianas caso aconteça um colapso da mesma, pois está situada em solo arenoso, o que exige uma contínua injeção de cimento.

Dezenas de yazidis mortos

Por outro lado, os radicais assassinaram dezenas de homens yazidis (80 segundo o balanço provisório das autoridades) nas proximidades da cidade de Sinjar, no norte do Iraque, depois que estes se recusaram a se converter ao islã, segundo informaram várias testemunhas neste sábado à agência Efe. Os assassinos conduziram os 80 yazidis até a casa do xeque tribal Ahmed Yasua, na aldeia de Kuyua, perto de Sinjar, a 90 quilômetros de Mossul, e, quando eles se negaram a aderir ao islã, como exigiam os radicais, foram executados, afirmou à agência Efe a jornalista local Kafah Mahmud al Sinyar, que presenciou os fatos.

É a segunda vez que os combatentes do EI assassinam yazidis em massa por se recusarem a renunciar à sua crença, depois da matança de um grupo de 77 pessoas, entre elas 33 mulheres e uma criança, há uma semana. A jornalista explicou que os jihadistas insultaram e humilharam as mulheres e os filhos dos executados, e depois levaram as famílias (ao redor de 500 pessoas) para outro lugar nos arredores de Sinjar.

De etnia curda, as origens desta minoria religiosa pré-islâmica que reúne elementos das crenças monoteístas remontam a vários séculos atrás. Calcula-se que cerca de 500.000 yazidis vivam no Iraque, a maioria na província de Nínive, no norte do país, enquanto que a diáspora se concentra principalmente na Alemanha (50.000 pessoas).

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