A Venezuela volta atrás e retoma os voos para as Antilhas

Caracas volta atrás na decisão de suspender as operações aéreas em represália à detenção de um general chavista em Aruba

Caracas -

A Venezuela retomou suas operações de e para os territórios ultramarinos do reino da Holanda no mar do Caribe. Nunca houve informação oficial nem da suspensão dos voos, decisão tomada na tarde de sexta-feira em aparente represália pela detenção do ex-chefe da inteligência militar Hugo Carvajal em Aruba, a pedido de Washington, nem da contra-ordem posterior, conhecida através das contas de Twitter das companhias aéreas locais Aserca, Avior e Laser, que prestam serviços a esses destinos.

A conta do INAC, a autoridade aeronáutica civil, nessa rede social publicava neste sábado uma nota lembrando aos viajantes quais eram seus deveres e direitos, mas não havia nenhuma alusão ao episódio que tumultuou os planos de muitos viajantes. Não houve também pronunciamentos oficiais durante a manhã de sábado que explicassem por que se adotou uma medida tão criticada pelos prejudicados.

Em Aruba, porém, deram informação oficial. O ministro da Justiça da ilha, Arthur Dowers, declarou à agência AP que se havia reunido durante várias horas com o vice-ministro de Relações Exteriores venezuelano, Federico Gonzáles. Dowers lhe comunicou sua preocupação com as centenas de pessoas que ficaram sem ter como sair de Aruba e da Venezuela por causa da ordem. Caracas parece ter dado marcha à ré devido às imprevisíveis consequências que sua decisão causaria em meio ao virtual bloqueio aéreo que o país sofre pelas dívidas do governo do presidente Nicolás Maduro com as companhias aéreas estrangeiras que chega a cerca de 4 bilhões de dólares (cerca de 9 bilhões de reais).

A medida afetava muitos viajantes venezuelanos que nestes dias de começo de férias escolares viajam para as ilhas de Aruba, Curaçao, Bonaire e Saint Marteen. A este rito anual se soma a conjuntura derivada da falta de pagamento: os venezuelanos se trasladam às Antilhas holandesas para comprar ali suas passagens para os Estados Unidos ou Europa, devido à redução de assentos e à diminuição da quantidade de voos que decolam da Venezuela.

As companhias aéreas afetadas anunciaram planos especiais para resgatar os passageiros que ficaram sem ter como sair. A conta do Twitter da Aserca Airlines fazia esforços para responder a cada consulta. A Laser, por sua vez, anunciou que habilitaria um voo a mais para levar os passageiros afetados pela intempestiva medida.

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