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Em 2015 a Microsoft eliminará 18.000 empregos no maior ajuste de sua história

Os cortes, previstos para o exercício fiscal de 2015, afetarão 14% dos funcionários

Sede da Nokia em Peltola, Finlândia.
Sede da Nokia em Peltola, Finlândia.LEHTIKUVA (REUTERS)

A visão que Satya Nadella tem da Microsoft começa a ganhar forma. A ideia que o diretor da empresa tem em mente é a de simplificar as operações da companhia e isso se traduzirá na eliminação de 18.000 empregos durante 2015, uma cifra que equivale a 14% de toda a empresa global, algo sem precedentes na história da Microsoft. O ajuste é consequência da integração da Nokia em sua estrutura de negócios e será realizada para evitar duplicidades de cargos. Mesmo assim, o gasto das demissões poderá alcançar 1,6 bilhões de dólares (3,57 bilhões de reais) nos próximos quatro trimestres.

A Microsoft espera que o ajuste esteja concluído no final do primeiro semestre de 2015. A reestruturação é anunciada uma semana depois de que o próprio Nadella apresentasse as linhas básicas da estratégia que irá seguir à frente da empresa, depois de ouvir o testemunho de Steve Ballmer. A redução de funcionários é muito maior do que o previsto pelos analistas de Wall Street, que contavam com a supressão de 6.000 funcionários, similar à anunciada cinco anos atrás.

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Trata-se, portanto, da maior reestruturação na história da empresa tecnológica fundada por Bill Gates e Paul Allen. A Microsoft conta, atualmente, com 127.000 funcionários em todo o mundo. Na nota em que anuncia a medida, a empresa esclarece que vão começar os ajustes imediatamente e que, a princípio, 13.000 postos de trabalho serão cortados. Os afetados receberão as notificações de demissão nos próximos seis meses.

Como insinua o próprio diretor executivo da Microsoft, foram encontradas mais redundâncias com a Nokia do que o esperado. Esta última leva de demissões, que é uma continuação da de 2009, em plena crise econômica e financeira global, afetará também os empregados de empresas que foram adquiridas nos últimos anos. Em qualquer caso, Nadella deve organizar uma estrutura muito complexa e menos eficiente que a de Google, Apple ou Amazon.

Mudança de cultura

Ao simplificar a maneira de trabalhar da Microsoft, explica o executivo, o objetivo é tornar a companhia mais ágil e que possa assim responder com mais rapidez às mudanças de tendências na indústria tecnológica. Também é uma maneira de exigir responsabilidades às diferentes unidades de negócio ao mesmo tempo em que se 'moderniza' o processo de engenharia da empresa. Nadella faz referências concretas a uma mudança na disciplina e na cultura seguidas até agora.

A Microsoft fechou a compra da Nokia em abril. A multinacional de Redmond prevê apresentar os resultados do fechamento do exercício fiscal na próxima terça, coincidindo com a Apple. Será a primeira vez que incluirá os resultados da fabricante de celulares finlandesa. A compra da companhia foi anunciada no ano passado sob o comando de Steve Ballmer e este drástico ajuste de empregados aumenta a especulação daqueles que questionam se foi realmente uma boa escolha.

Nadella se nega a dar detalhes específicos sobre a nova estratégia corporativa ou sobre as prioridades dos futuros investimentos até a reunião com os analistas, em 22 de julho. Insistiu que é necessário ter "um objetivo claro" desde o começo e admitiu que sustentar essa visão implica, inevitavelmente, em dar "passos muito difíceis". E, de consolo, explicou que enquanto os empregos de algumas áreas operativas são eliminados, em outros negócios estratégicos eles "são reforçados".

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