_
_
_
_
_
Elías Jaua | Ministro de Relações Exteriores da Venezuela

“Maduro não foi questionado”

Um dos homens mais fiéis ao presidente venezuelano Nicolás Maduro descarta desavenças internas no chavismo

Silvia Ayuso
Elías Jaua, em imagem de arquivo.
Elías Jaua, em imagem de arquivo.efe

Um dos homens mais fiéis ao presidente venezuelano Nicolás Maduro, o ministro de Relações Exteriores Elías Jaua, descarta que existam desavenças internas no chavismo.

Pergunta. Nas últimas semanas houve mudanças no Governo. Há um questionamento interno do chavismo à liderança de Maduro?

Mais informações
O novo czar da economia chavista
A HRW pede que a Unasul condene os “abusos” do Governo da Venezuela
Um informe coloca em dúvida supostas provas do complô contra Maduro
Caracas abre as portas para recuperar as relações diplomáticas com os EUA

Resposta. Não, eu creio que a liderança do presidente não foi questionada. O chavismo sempre foi uma força muito autocrítica. E alguns companheiros que ocuparam altas responsabilidades, ao serem afastados de seus cargos, emitiram suas opiniões de maneira pública. Mas isso de maneira nenhuma questiona a unidade do chavismo e nem nosso aglutinamento em torno do presidente Maduro.

P. Existe preocupação pelo surgimento de vozes críticas de políticos ou militares?

R. Esses militares se aposentaram faz tempo e romperam com o próprio comandante [Hugo] Chávez. Não compartilhavam o projeto bolivariano e socialista.

P. Se a crítica é algo tão inerente ao chavismo, por que em relação à oposição se manteve uma postura tão beligerante?

R. A oposição na Venezuela tem direito a criticar, a se manifestar pacificamente, como tem na Espanha. O que uma oposição não tem direito é tentar derrubar o Governo legítimo.

A oposição na Venezuela tem direito a criticar, a se manifestar pacificamente

P. Em que ponto se encontra o processo de diálogo com a oposição por intermédio da Unasul?

R. Estamos esperando que a oposição resolva seus conflitos internos e volte ao diálogo.

P. Já não está acabado o processo?

R. Não, nós estamos esperando e a Unasul está esperando. Lamentavelmente, as contradições internas dentro da oposição não permitiram unificar um critério para o diálogo pela paz, pela estabilidade e pela democracia na Venezuela.

P. O que acontecerá se não for encontrada uma via para continuar o diálogo?

R. Se eles não se sentarem [à mesa de diálogo], isso impossibilitará poder debater os grandes problemas do país, mas isso não vai parar a Venezuela.

P. A situação dos oposicionistas presos é algo negociável?

R. Este assunto é da justiça. Nós não podemos negociar algo que está fora da nossa competência como Poder Executivo, que é o exercício da autoridade dos tribunais frente a quem comete homicídios e participa da destruição de bens públicos e privados.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_