“Maduro não foi questionado”
Um dos homens mais fiéis ao presidente venezuelano Nicolás Maduro descarta desavenças internas no chavismo


Um dos homens mais fiéis ao presidente venezuelano Nicolás Maduro, o ministro de Relações Exteriores Elías Jaua, descarta que existam desavenças internas no chavismo.
Pergunta. Nas últimas semanas houve mudanças no Governo. Há um questionamento interno do chavismo à liderança de Maduro?
Resposta. Não, eu creio que a liderança do presidente não foi questionada. O chavismo sempre foi uma força muito autocrítica. E alguns companheiros que ocuparam altas responsabilidades, ao serem afastados de seus cargos, emitiram suas opiniões de maneira pública. Mas isso de maneira nenhuma questiona a unidade do chavismo e nem nosso aglutinamento em torno do presidente Maduro.
P. Existe preocupação pelo surgimento de vozes críticas de políticos ou militares?
R. Esses militares se aposentaram faz tempo e romperam com o próprio comandante [Hugo] Chávez. Não compartilhavam o projeto bolivariano e socialista.
P. Se a crítica é algo tão inerente ao chavismo, por que em relação à oposição se manteve uma postura tão beligerante?
R. A oposição na Venezuela tem direito a criticar, a se manifestar pacificamente, como tem na Espanha. O que uma oposição não tem direito é tentar derrubar o Governo legítimo.
A oposição na Venezuela tem direito a criticar, a se manifestar pacificamente
P. Em que ponto se encontra o processo de diálogo com a oposição por intermédio da Unasul?
R. Estamos esperando que a oposição resolva seus conflitos internos e volte ao diálogo.
P. Já não está acabado o processo?
R. Não, nós estamos esperando e a Unasul está esperando. Lamentavelmente, as contradições internas dentro da oposição não permitiram unificar um critério para o diálogo pela paz, pela estabilidade e pela democracia na Venezuela.
P. O que acontecerá se não for encontrada uma via para continuar o diálogo?
R. Se eles não se sentarem [à mesa de diálogo], isso impossibilitará poder debater os grandes problemas do país, mas isso não vai parar a Venezuela.
P. A situação dos oposicionistas presos é algo negociável?
R. Este assunto é da justiça. Nós não podemos negociar algo que está fora da nossa competência como Poder Executivo, que é o exercício da autoridade dos tribunais frente a quem comete homicídios e participa da destruição de bens públicos e privados.