Al Maliki descarta um Governo de emergência para frear os jihadistas
O anúncio foi feito um dia após a visita de John Kerry a Bagdá e Erbill
O primeiro-ministro iraquiano, o xiita Nuri al Maliki, descartou nesta quarta-feira a formação de um Governo nacional de emergência para fazer frente à ofensiva jihadista do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), que desde dezembro pôs em xeque o Exército iraquiano no noroeste. "O apelo para formar um Governo de emergência nacional é um golpe de Estado contra a Constituição e o processo político", disse o primeiro-ministro em um discurso televisionado.
Este anúncio foi feito dois dias após o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se reunir em uma visita surpresa com Al Maliki em Bagdá, e um dia após visitar Erbil (norte do país), onde falou com o dirigente curdo, Masud Barzani, para impulsionar um Governo de unidade no país, fragmentado em facções xiitas, sunitas e curdas. "Quando [os três grupos] participarem para eleger o Governo, o Iraque será mais forte e seguro", sublinhou Kerry, que viajou a Bruxelas para se unir aos demais representantes da OTAN e abordar a crise no Iraque.
Quase a metade dos 300 soldados especiais norte-americanos prometidos pelo presidente Barack Obama para apoiar o Exército iraquiano, e frear a ofensiva jihadista, chegaram nesta quarta-feira pela manhã à capital, segundo fontes do Pentágono citadas pela BBC, que afirmou que 40 efetivos já se encontram frente à guerra. "O resto chegará em questão de dias", afirma a corrente britânica.
A ONU anunciou na terça-feira que cerca de "1.000 civis morreram desde o dia 17 de junho" em combates entre forças do Exército e os rebeldes do EIIL. Além disso, desde que começaram os confrontos, os desalojados já superam o meio milhão, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).
O avanço extremista para a capital, Bagdá, provocou a queda nas mãos do EIIL de várias cidades emblemáticas como Tikrit — cidade natal do desaparecido Saddam Hussein — e Baiji, localidade que abriga a maior refinaria petrolífera do país.
Mas o conflito estende-se para além das fronteiras iraquianas. O principal objetivo do EIIL é instaurar um Estado islâmico ou califado em um território que abarca parte de Síria, Iraque, Jordânia, Líbano, Palestina e Israel. Desde o domingo passado, a Jordânia começou a mobilizar suas tropas para a fronteira com Iraque (leste do país) para frear o avanço jihadista que tinha sido feito com o controle de vários postos fronteiriços.
Está previsto que, no próximo dia primeiro de julho, o Parlamento iraquiano eleja seu presidente e posteriormente o chefe do Governo, prazos com os quais o xiita Al Maliki, com uma maioria (embora não suficiente) obtida nas eleições do mês passado, se comprometeu.
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