Milicianos pró-russos abatem avião e matam 49 militares ucranianos
O ataque aconteceu quando a aeronave estava pousando no aeroporto de Lugansk

As milícias favoráveis aos russos abateram neste sábado um avião militar de carga ucraniano e mataram seus 49 ocupantes. O ataque ocorreu quando o avião do Exército ucraniano aterrissava no aeroporto de Luganks (leste do país), segundo informou um porta-voz militar. É um dos ataques mais graves do atual período de instabilidade e confrontos atravessado pela região. Desde o início da operação militar contra os separatistas do Leste, em 2 de maio passado, eles conseguiram abater seis aeronaves do Exército ucraniano em Donetsk e Lugansk, as duas províncias que se levantaram contra Kiev no início de abril e que declararam sua independência depois do referendo de 11 de maio passado.
O avião, um Ilyushin IL-76 de transporte militar, foi derrubado com um canhão antiaéreo durante o pouso. A agência ucraniana TSN destacou que entre os passageiros do avião estavam paraquedistas da Brigada Aeromóvel 25 e tripulantes.
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, prometeu “uma resposta adequada aos terroristas” devido ao ataque. “Todos os envolvidos em um ato terrorista cínico dessa envergadura serão punidos. A Ucrânia precisa de paz, mas os terroristas terão uma resposta adequada”, disse o presidente ucraniano, em declaração da assessoria de imprensa do governo. Poroshenko, que depois de ser eleito presidente em 25 de maio prometeu acabar com a rebelião pró-russa “em horas, não em dias”, convocou uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança Nacional e Defesa.
A queda da aeronave em Lugansk aconteceu horas depois que as tropas do Governo ucraniano retomaram dos pró-russos o controle da cidade de Mariúpol e vários postos de controle na fronteira com a Rússia, e também depois que o Departamento de Estado norte-americano confirmou o envio por Moscou de tanques e armamento pesado aos rebeldes ucranianos nos últimos três dias.
Novas negociações sobre o gás
Enquanto isso, Rússia e Ucrânia voltaram a se reunir em Kiev neste sábado para buscar uma saída para a disputa em relação ao abastecimento de gás russo ao território ucraniano, confirmou o porta-voz oficial da companhia de gás russa Gazprom, Serguéi Kupriyánov.
“Agora estamos preparando uma nova reunião em Kiev, que acontecerá de forma diferente das consultas anteriores. (...) A postura russa nas negociações com a Ucrânia sobre o gás é clara e consequente. Queremos buscar compromissos, mas é inútil tentar nos pressionar”, disse Kupriyánov à agência Interfax.
Fontes do Governo ucraniano e da Comissão Europeia adiantaram hoje a vários veículos internacionais que a Rússia deu um passo atrás e aceitou outra reunião de negociação antes de cumprir seu ultimato e cortar o abastecimento de gás para a Ucrânia se não receber até segunda-feira parte do dinheiro devido por Kiev.