“O México decidiu mudar tudo aquilo que não permitia o país crescer”
Peña Nieto defende as suas reformas: “Foram abordados temas que pareciam intocáveis” Garante que os Pactos da Moncloa da Espanha foram uma referência para alcançar um acordo
“O México é um país que está em transformação. Decidimos mudar tudo aquilo que não estava permitindo o país crescer”, garante o presidente do México, Enrique Peña Nieto. O mandatário participou na manhã desta segunda-feira da jornada México, reformar para crescer (em espanhol) organizada pelo jornal EL PAÍS, em Madri, e patrocinada por Acciona, BBVA, Ferrovial, Iberdrola, Indra e Telefónica. Peña Nieto defendeu as suas reformas, pois acredita que elas têm o objetivo de deixar a economia mais competitiva, transparente e eficiente. “Muitas das reformas haviam sido adiadas por décadas e agora foi decidido abordar temas que pareciam intocáveis. É típico de uma democracia madura”, observou ele.
Peña Nieto citou as reformas que o seu Governo promoveu durante os 18 meses em que está no poder. Ele chamou a atenção, especificamente, para as mudanças no setor de energia, o que permitirá a entrada de capital estrangeiro. O objetivo, segundo ele, “é beneficiar todos os mexicanos” e converter “a Pemex de uma indústria estatal a uma indústria produtiva do Estado”. O presidente também lembrou os ajustes na reforma trabalhista, de concorrência e de telecomunicações, que pretendem limitar as práticas monopolistas, assim como a nova regulação financeira.
Para alcançar as reformas estruturais, Peña Nieto explicou que o chamado Pacto do México foi inspirado em grande parte no processo de transição que a Espanha experimentou na década de setenta e nos Pactos da Moncloa. “Nos inspirou e foi um referencial nas mesas de negociações nas quais decidimos que tínhamos de chegar a um acordo sobre uma agenda comum entre todas as forças políticas”, observou.
Após o discurso do presidente, houve um debate entre Peña Nieto e Juan Luis Cebrián, presidente do EL PAÍS. Durante o debate, Cebrián pediu ao presidente mexicano que “da mesma forma que os Pactos do México foram inspirados nos Pactos da Moncloa”, que agora ele recomendasse aos políticos espanhóis que se inspirassem neste momento nos Pactos do México para chegar a acordos.
Peña Nieto insistiu em defender o profundo caráter democrático do México. Ele analisou os pontos fortes da sua economia, incluindo a “solidez das finanças públicas, uma taxa de câmbio flexível e um sistema bancário sólido”. Além disso, também destacou a abertura do setor comercial, o que permitiu ao Governo firmar 10 acordos de livre comércio, dando acesso a 45 países e 1,14 bilhão de consumidores.
Quanto ao investimento estrangeiro, o país espera estimulá-lo graças a uma maior concorrência e segurança jurídica. “Estamos comprometidos com o Estado de Direito”, disse o presidente mexicano. Ele lembrou que o investimento em infraestrutura até 2018 será de 440 bilhões de euros (1,34 trilhão de reais) para os diferentes setores, como transportes e energia.
Relações intensas com a América Latina
Durante o diálogo entre Peña Nieto e Cebrián, o presidente mexicano observou o forte compromisso que o México tem com o desenvolvimento de todas as economias da América Latina. “O México tem buscado estreitar as relações com os países centro-americanos, do Caribe e de toda a América do Sul. É inegável que o México tem uma relação histórica de fraternidade e laços comerciais com os EUA e o Canadá. Mas não pode se esquecer dos pontos de conexão que tem com as suas raízes na América Latina e no Caribe”, argumentou.
Como exemplo, destacou a Aliança do Pacífico, na qual o seu país integra ao lado de Chile, Colômbia e Peru, um acordo de livre comércio e circulação de pessoas e de capitais. “O México continuará promovendo intensivamente as relações com a América Latina. Está comprometido a contribuir para que a região ibero-americana tenha um crescimento sustentado e equilibrado”.
Em relação a um dos desafios mais complexos que o México enfrenta atualmente, o da segurança, Peña Nieto reconheceu que é um problema que ainda não foi resolvido. “Infelizmente, nos últimos anos, o México foi muito estigmatizado pelos problemas da segurança”. O presidente mexicano, no entanto, disse que houve progressos na redução da violência, especialmente naquelas áreas de maior conflito onde o problema da violência era mais grave. “Em termos gerais, a política que escolhemos possibilitou uma diminuição significativa nas cifras de violência”, afirmou.
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