_
_
_
_

A Rússia aceita uma solução temporária para a ‘guerra do gás’

Moscou promete não fechar a torneira durante as negociações Kiev paga 1,78 bilhões de reais da dívida que Gazprom cifra em 7,7 bilhões

Lucía Abellán
O comissário europeu de energia, Günther Oettinger, em Bruxelas.
O comissário europeu de energia, Günther Oettinger, em Bruxelas.Virginia Mayo (AP)

A Europa se afasta do cenário de interrupções no fornecimento de gás russo. A Rússia e a Ucrânia entraram em acordo nesta segunda-feira para saldar as dívidas milionárias de Kiev e fixar um preço para as futuras. O comissário europeu de Energia, Günther Oettinger, pediu que o pacto garanta o envio de gás sem nada em troca por pelo menos um ano. Os responsáveis por Gazprom, o gigante energético russo, e Naftogaz, a companhia ucraniana, aceitaram a ideia, mas ainda deve passar por um referendo pelas autoridades de seus respectivos países, segundo explicou Oettinger ao final do encontro.

O ambiente da reunião trilateral indicava que algo mudou desde os últimos encontros. A chave foi a confirmação de Gazprom de que recebeu o pagamento de 578 milhões de euros (1,78 bilhões de reais) que a Ucrânia fez na sexta-feira. Essa quantidade cobre um pouco mais que um terço da dívida reconhecida por todos, 4,9 milhões de reais, embora fica muito ambaixo do que Moscou pede, mais de 7,7 bilhões. A partir daí, as partes negociaram durante quase seis horas, que terminou com um acordo mal definido. Ao contrário dos encontros anteriores, onde cada parte oferecia sua versão dos fatos, o ministro de Energia russo, Alexander Novak, e seu homólogo ucraniano, Yuri Prodan, coincidiram que o comissário europeu deveria comunicar os resultados à imprensa.

Mais informações
A Rússia oferece uma trégua à Ucrânia ‘na guerra do gás’
Moscou empresta 15 bilhões de dólares a Kiev e vai baratear gás
O leste da Ucrânia segue em convulsão, enquanto o Governo espera o gás russo
A Rússia ameaça a UE com possível corte de gás à Ucrânia

“Meu objetivo é que o preço que se pactue para compras futuras de gás e se mantenha até junho de 2015, para garantir a segurança do fornecimento por um ano para que possamos armazenar. O importante, além disso, é que enquanto estas propostas estão sendo estudadas não haverá interrupção no fornecimento energético”, assegurou Oettinger. A ameaça de fechar a torneira do gás deixou a União Europeia tensa, pois um terço do gás que consome vem da Rússia e a metade circula pela Ucrânia.

Há poucos detalhes sobre um pacto que pode ser revogado nos próximos dias diante da mais mínima dúvida das autoridades russas ou ucranianas. Oettinger explicou que o que Kiev já pagou permitiu saldar a dívida de gás do primeiro trimestre do ano. Para o resto das contas pendentes (novembro e dezembro do ano passado e abril e maio deste), Bruxelas propõe um preço médio, entre o subsidiado que a Ucrânia pagava até a queda de Viktor Yanukovich e o valor excessivo exigido pela Rússia desde abril, superior ao que paga o resto da Europa.

As partes se reunirão logo para perfilar os detalhes. Pela primeira vez em muito tempo respira-se certa confiança entre os dirigentes. Além de garantir as entregas de gás, a Rússia e a Ucrânia renunciam, por enquanto, empreender ações legais pela batalha do gás.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_