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O Chile e o Brasil têm a melhor banda larga da América Latina

A região reduz ligeiramente o atraso em relação à OCDE na implementação da internet

Os 26 países latino-americanos membros do BID tiveram nota 4,37 no Índice de Desenvolvimento da Banda Larga, frente aos 6,14 da OCDE.
Os 26 países latino-americanos membros do BID tiveram nota 4,37 no Índice de Desenvolvimento da Banda Larga, frente aos 6,14 da OCDE.EFE

O grau de penetração da internet banda larga é um dos melhores termômetros para avaliar o desenvolvimento socioeconômico da América Latina e comprovar a ampla distância que ainda separa a região dos países mais avançados. Em uma escala de 1 a 8, América Latina obteve em 2012 nota 4,37 num índice que mede a expansão dessas redes, ao passo que nos países da OCDE a cifra foi de 6,14, segundo dados elaborados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que revelam uma ligeira melhora nos últimos anos.

Esse índice, lançado nesta quarta-feira, analisa 30 indicadores nos campos de políticas públicas, regulamentação estratégica, infraestrutura e conhecimento em 26 países latino-americanos e nos 34 integrantes da OCDE, um clube dos países mais desenvolvidos – entre os quais estão também o México e o Chile. A partir desses quatro âmbitos, sai uma nota combinada por nações e regiões.

As diferenças afloram não só entre os dois blocos, mas também internamente, num fiel reflexo da disparidade econômica entre os países. Na América Latina, o Chile é o país com a qualificação mais elevada (5,57), seguido por Barbados (5,47) e Brasil (5,32). No outro extremo se situam o Haiti (1,71), Belize (3,11) e Suriname (3,12). E tudo isso se traduz em divergências sub-regionais: o Cone Sul tem a maior penetração de banda larga, com nota 4,87, seguido pela América Central (4,26) e a região andina (4,13), enquanto o Caribe é a parte mais atrasada (3,72).

“Em uma sociedade moderna, a banda larga é o ingrediente chave da agenda das políticas públicas para acelerar o crescimento econômico e a redução da desigualdade”, afirma Antonio García Zaballos, especialista em telecomunicações do BID e responsável pelo novo índice, chamado DigiLAC. De fato, segundo um recente relatório do organismo multilateral, se houvesse um aumento de 10% na penetração dos serviços de banda larga na América Latina o PIB regional cresceria 3,2%, e a produtividade, 2,6%.

Em uma escala de 1 a 8, a América Latina registrou em 2012 um índice de 4,37 pontos, enquanto na OCDE foi de 6,14

Grande parte da implementação de uma infraestrutura de internet de qualidade depende de estratégias governamentais, o que explica por que, embora as nações latino-americanas mais desenvolvidas se situem na parte alta da tabela, algumas delas são superadas por outras com um PIB mais baixo. Por exemplo, o México – na sétima posição (4,62) – e Argentina – em oitavo (4,53) – ficaram abaixo do Panamá – em quarto (5,05) – e Uruguai – em quinto (4,81).

Apesar da distância significativa entre a América Latina e o bloco da OCDE, cabe destacar que tal disparidade foi se reduzindo timidamente nos últimos anos. Em 2010, a diferença em penetração de banda larga era de 1,91 ponto, em 2011 caiu a 1,79, e em 2012 para 1,77. Além disso, entre alguns países a disparidade é muito menor. A nota da Espanha em 2012, por exemplo, foi de 5,64, abaixo da média da OCDE (6,14) e apenas ligeiramente acima das do Chile (5,57) e de dois países que não participam da organização de nações desenvolvidas: Barbados (5,47) e Brasil (5,32).

Entretanto, os países latino-americanos mais evoluídos nesse quesito ainda se mantêm distantes do grau de implementação na América do Norte, também como fiel reflexo de sua disparidade em termos socioeconômicos: os Estados Unidos têm uma qualificação de 6,65, e o Canadá, de 6,41. Mais distantes ainda estão expoentes mundiais como a Coreia do Sul (índice 7,18).

Haiti, Belize e Suriname são os países com menos implementação de banda larga na América Latina

Para reduzir tais disparidades, o BID pede a Governos e empresas latino-americanos que trabalhem de forma mais coordenada para reduzir o atraso digital em relação aos países da OCDE, mas também internamente, entre zonas rurais e urbanas. “É crucial contar com marcos regulatórios adequados que promovam a competência, a transparência e a segurança jurídica exigidas para estimular o investimento necessário,” afirma García Zaballos.

Nessa linha, o organismo com sede em Washington destaca que os serviços de oferta de banda larga cresceram anualmente ao redor de 17% na América Latina, mas lamenta que o preço médio desses serviços seja perto de oito vezes superior ao dos países da OCDE. Em resumo, o panorama vai melhorando, mas resta muito a fazer.

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