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Obama acerta com a Europa novas sanções contra Moscou

Os líderes europeus concluem que a Rússia não está cumprindo o acordo feito em Genebra sobre a soberania da Ucrânia

Yolanda Monge
Obama, em sua vista à Coreia do Sul nesta sexta-feira.
Obama, em sua vista à Coreia do Sul nesta sexta-feira.Kim Hong-ji (AP)

Com sua visita à Ásia ofuscada mais uma vez por uma crise, o presidente dos Estados Unidos fez  nesta sexta-feira uma brecha em sua agenda para manter uma videoconferência com quatro líderes europeus chaves na qual se concluiu que a Rússia não está cumprindo o acordo feito na semana passada em Genebra sobre a soberania da Ucrânia e deve ser castigada por isso com novas sanções.

Segundo informou a Casa Branca depois do encontro de Obama -via vídeoconferência- com o presidente da França, Francois Hollande, e os primeiros-ministros da Itália e Reino Unido, Matteo Renzi e David Cameron, bem como com a chanceler alemã, Angela Merkel, “o presidente deixou claro que os Estados Unidos estão preparados para impor multas concretas em resposta às últimas ações da Rússia”. “Os líderes estão de acordo em trabalhar juntos, através do G7 e a UE, para coordenar os passos necessários que levem à aplicação de multas para a Rússia”, informou a Casa Branca.

Assim como em outros momentos desta crise –que Kiev já qualifica como a precursora de uma nova guerra mundial depois que ocuparam o país militar e politicamente-, o presidente dos EUA e os líderes europeus disseram que Moscou ainda pode eleger uma saída pacífica ao conflito, que nestes momentos passa por cumprir o estabelecido no acordo do último dia 17 em Genebra.

“De acordo com os compromissos firmados em Genebra, a Rússia deveria contribuir para frear a escalada abstendo-se de fazer declarações provocadoras ou manobras de intimidação”, segundo coincidiram os cinco mandatários, que estiveram de acordo que “a integridade territorial e a soberania da Ucrânia devem ser plenamente respeitadas”. O acordado em Genebra entre a Rússia, Ucrânia, EUA e a UE estabelecia o desarmamento das milícias pró-russas que ocupam várias instalações públicas nas principais cidades da zona oriental ucraniana, bem como a anistia daqueles que participaram de protestos mas não cometeram crimes.

Obama já se mostrou cauteloso depois da assinatura do acordo na Suíça e então declarou que não podia estar “seguro de nada” quando se trata da Rússia. Para o cauteloso mandatário norte-americano, mesmo assim, a diplomacia mantinha sua porta aberta a Moscou, embora caso o Kremlin persistisse sua atitude belicosa, a única coisa que conseguiria seria ficar isolada internacionalmente e sancionada por isso. Obama já declarou que Washington tinha preparado um importante pacote de sanções econômicas, algo que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, confirmou na quinta-feira ao assegurar que os custos para a Rússia aumentariam se fizessem questão de não eleger o caminho para reduzir a tensão.

"A janela para a mudança está se fechando”, advertiu Kerry. “O mundo vai se assegurar de que os custos para a Rússia só aumentam” se decidir seguir no caminho belicoso. O secretário de Estado, imerso nos últimos meses em intensas conversas com seu homólogo russo, Sergei Lavrov, empregou duras palavras para frisar que Moscou pode pagar por seu erro “muito caro”.

Obama e os líderes europeus manifestaram depois de seu encontro telefônico sua exigência de que as eleições presidenciais do próximo dia 25 de maio ocorram e o processo democrático possa ser concluído com sucesso na Ucrânia, já que essas eleições são chaves para que os cidadãos ucranianos “decidam livremente e com total transparência seu futuro”.

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