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A OTAN anuncia uma maior presença no Leste da Europa “por terra, mar e ar”

O secretário-geral da aliança fez questão de ressaltar que a única solução possível à crise na Ucrânia é a política

Bruxelas -
Anders Fogh Rasmussen, nesta quarta-feira, em Bruxelas.
Anders Fogh Rasmussen, nesta quarta-feira, em Bruxelas.Yves Logghe (AP)

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Anders Fogh Rasmussen, anunciou nesta quarta-feira o reforço "imediato" da defesa coletiva dos membros da aliança com a exibição de recursos por "terra, mar e ar" nos países do leste da Europa, ante a crise russo-ucraniana.

"Haverá mais aviões no ar, mais embarcações na água e mais destacamentos em terra", disse Rasmussen, em uma coletiva de imprensa depois de uma reunião do Conselho do Atlântico Norte, ao mesmo tempo em que afirmou que "uma solução política é a única saída" para essa crise.

O Conselho do Atlântico Norte, composto pelos embaixadores dos 28 países aliados, definiu um conjunto de medidas para mostrar a "solidariedade" entre eles e fortalecer a sua defesa coletiva, tendo como base as recomendações elaboradas pelo comandante da OTAN na Europa, o general norte-americano Philip Breedlove.

Rasmussen explicou que essas medidas militares incluirão mais embarques das patrulhas aéreas aliadas sobre os países bálticos e a exibição de barcos no mar Báltico e o leste do Mediterrâneo, assim como em outros locais caso seja necessário.

Também assinalou que as equipes militares das nações aliadas "serão distribuídas para reforçar a nossa disposição, treinamento e exercícios", e que os planos de defesa da OTAN serão "revisados e reforçados".

"Começaremos a implementar essas medidas imediatamente", disse Rasmussen, que acrescentou que, "se necessário for, nas próximas semanas e meses virão outras mais".

O político dinamarquês indicou que essas decisões vão em favor da "defesa, da dissuasão e da redução da tensão".

Considerou que estão "completamente em linha com nossos compromissos internacionais" e enviam a "clara mensagem" de que a OTAN "protegerá cada aliado e defenderá de qualquer ameaça a nossa segurança fundamental".

Rasmussen disse ainda que em questão de "dias" as primeiras exibições poderiam começar, em função das considerações práticas, mas se recusou a "entrar em detalhes operacionais" sobre o número de oficiais.

"O que posso dizer é que dispersaremos suficientes forças a fim de ratificar nossa disposição e para nos preparar para uma ampliação, se for necessário", argumentou.

Quando questionado sobre a possibilidade de instaurar bases nos países bálticos, Rasmussen avaliou que "não foram tomadas hoje decisões sobre tais instalações".

Em relação à oferta de aviões por parte da Holanda para reforçar a defesa coletiva, o dirigente indicou que "alguns aliados virão com contribuições concretas" e se mostrou convencido de que a estas se "seguirão outras".

Rasmussen fez questão de reforçar que, embora os "passos militares" adotados sejam "necessários para garantir uma defesa coletiva e uma dissuasão eficazes", a OTAN espera que a reunião em Genebra nesta quinta-feira entre os chefes da diplomacia russa, da Ucrânia, dos EUA e da União Europeia "prepare o terreno para uma solução pacífica e política à crise".

"Pedimos à Rússia que faça parte da solução. Que deixe de desestabilizar a Ucrânia, retire suas tropas das fronteiras e deixe claro que não apoia as ações violentas de milícias separatistas armadas", assinalou.

No início deste mês, os ministros de Assuntos Exteriores da OTAN decidiram desenvolver "com urgência" mais medidas para reforçar sua defesa coletiva, ante a intervenção de Moscou na Ucrânia e o fato de que o Governo da Rússia mantém uma alta concentração de tropas na fronteira, algo que suscitou preocupação especialmente entre os aliados do leste de Europa.

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