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Boeing poderá exportar partes de aviões comerciais ao Irã

É a primeira autorização que recebe do Tesouro dos EUA desde o embargo comercial depois da crise dos reféns

Os gestos dos Estados Unidos para o Irã vão para além do petróleo. A Boeing, a maior companhia aeroespacial do mundo e uma das principais contratadoras do Pentágono, acaba de receber a autorização do Tesouro para voltar a exportar peças de aviões comerciais. A licença é muito limitada, mas representa a primeira exceção à multinacional desde o embargo vigente desde 1979.

A decisão da Administração de Barack Obama, comunicada à companhia nesta semana, coincide no tempo com um novo estancamento no processo de paz do Oriente Médio. E está por ver também como reage Israel e os membros do Congresso dos EUA, contrários a retomar as relações com Teerã. Para a Boeing, a autorização lhe servirá para empreender o contato de novo.

Da Boeing insistem, em qualquer caso, em que a licença está limitada a partes e componentes que garantam a segurança dos aviões em serviço, que foram vendidos ao Irã antes da crise dos reféns, conflito diplomático entre o Irã e os EUA, onde 52 norte-americanos foram mantidos reféns por 444 dias. Neste sentido, a companhia deve entender agora quais são as necessidades específicas. E sob conceito nenhum se poderá tratar ou negociar a venda de novos aviões.

Washington começou a relaxar o regime de multas a Teerã em janeiro, no marco das negociações sobre o controvertido programa nuclear iraniano. Um mês depois, soube-se que tanto Boeing quanto General Electric, que fabrica os motores dos aviões que opera a linha aérea Iranair, solicitaram ao Tesouro uma exceção temporária à proibição.

A linha aérea também opera velhos aviões do consórcio europeu Airbus, que se venderam antes da revolução iraniana. O regime de multas dos EUA e da Europa forçou a companhia de bandeira iraniana a recorrer a modelos russos menos fiáveis. Além disso, os aviões da Boeing e Airbus são tão velhos que em muitos casos superaram a idade recomendada para estar em serviço.

O risco de acidente é muito alto, o que justifica a medida. Um relaxamento das multas poderia levar a Boeing e a Airbus a competir pela venda de novos modelos. Calcula-se que o Irã poderia precisar de até 400 aviões para poder modernizar sua antiquada frota. Neste momento desconhece-se em qual fase se encontra o pedido apresentado pela General Electric.

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