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crise na ucrânia

A morte de um militar ucraniano por cossacos russos eleva a tensão na Crimeia

Forças de autodefesa invadem um batalhão situado nos arredores de Simferopol. O Ministério da Defesa da Ucrânia permitiu aos soldados leais a Kiev que utilizem suas armas

Pilar Bonet

A tensão na Crimeia aumenta depois da anexação da península pela Rússia. Um oficial ucraniano acabou morto e várias pessoas ficaram feridas durante uma invasão a uma unidade militar ucraniana, perpetrada por forças de autodefesa do regime pró-Rússia local, segundo confirmou o ministério da Defesa da Ucrânia.

Como resultado do incidente, o ministério da Defesa da Ucrânia permitiu aos soldados leais a Kiev que utilizem as armas em defesa de sua vida. Fontes militares ucranianas na Crimeia assinalam que a unidade invadida é um batalhão situado nos arredores de Simferopol e que os agressores foram um grupo de cosacos russos. Trata-se de uma dependência dos serviços de cartografia do Exército.

Por trás das frases conciliatórias dos políticos russos e crimeanos, encontram-se realidades mais cruas, já que na Crimeia continua havendo milhares de oficiais ucranianos leais a Kiev que, em difíceis condições psicológicas e cercados por uniformizados russos e forças de autodefesa, estão esperando ordens concretas e se negam a proceder enquanto não receberem instruções claras de seus superiores.

Na terça-feira, o general responsável de todas as tropas do ministério do Interior na Crimeia pediu aos subordinados que conseguiu reunir em Simferopol que tivessem paciência e não se entregassem, assinalam meios de informação. O general relatou a eles que as ações da Rússia são ilegais e partia do pressuposto de que ainda era possível haver uma solução política. “Resistam”, “Na Ucrânia se preocupam por nós”, “A Crimeia foi, é e será ucraniana”, eram as frases retóricas do alto comando que nem satisfaziam os subordinados nem contribuíam para o esclarecimento de sua situação, acrescentaram as fontes.

Apesar de os dirigentes da Crimeia terem dito na segunda-feira que os soldados ucranianos poderiam escolher entre se declarar leais à Crimeia ou marchar e seguir servindo à Ucrânia, esta opção não tinha se materializado nesta terça-feira nos quartéis ucranianos da península.

Por outra parte, os russos têm pressa para introduzir o rublo. Na localidade de Bakhchysarai, o prefeito Ilmi Umerov disse a esta correspondente que recebeu uma ordem para calcular todas as despesas de seu município em rublos em um prazo de até dois dias. Umerov, que é membro do conselho de 33 tártaros eleitos que formam o Milli Medzhlis (Parlamento) da Crimeia manifestou que este conselho de auto-organização paralelo às estruturas do poder local decidiu se reunir todas as noites em Simferopol para agir de acordo com a situação.

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