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Rússia veta resolução da ONU que considera inválido o referendo de Crimeia

O texto, apresentado pelos EUA, considera ilegal a consulta e pede que a comunidade internacional não o reconheça

Agencias
Nova York -
A embaixadora de EUA na ONU, Samantha Power, fala com Vitaly Churkin, seu homólogo russo.
A embaixadora de EUA na ONU, Samantha Power, fala com Vitaly Churkin, seu homólogo russo.E. DUNAND (AFP)

Rússia vetou na tarde deste sábado no Conselho de Segurança da ONU um rascunho de resolução apresentado pelos EUA que declarava que o referendo que ocorrerá amanhã na Crimeia para consultar a população da Crimeia sobre a união deste território ucraniano à Rússia “não pode ter validade” e pedia que a comunidade internacional não o reconhecesse. Dos 15 membros do Conselho, 13 votaram a favor do texto, Rússia foi contrária e a China se absteve.

“Este é um momento triste”, declarou Samantha Power, embaixadora dos EUA na ONU, após a votação, na qual se dava por certo o veto da Rússia, membro permanente do Conselho de Segurança com EUA, Reino Unido, França e China. O embaixador francês, Gerard Araud, se declarou incrédulo diante o que denominou “anexação” da Crimeia por parte da Rússia. “Esta anexação vai para além da Ucrânia, preocupa a todos”, disse o embaixador francês. “Este veto deve ser visto como uma derrota só para a Rússia”.

Depois da queda do presidente pró-Rússia Victor Yanukovich, deposto depois de meses de revolta nas ruas no último mês de fevereiro e sob o pretexto de proteger a cidadãos russos, Rússia enviou milhares de soldados à península da Crimeia, oficialmente território ucraniano, mas povoada em sua maioria por falantes de russo. Os cidadãos da Crimeia votam manhã em referendo se querem ser integrados à Rússia.

O texto do rascunho vetado sustenta que a consulta não tem o respaldo do Governo da Ucrânia. “Este referendo não pode ter validade e não pode ser a base de nenhuma alteração do status da Crimeia”. Por isso, clama “a todos os estados, organizações internacionais e agências especializadas a não reconhecerem nenhuma alternação do status da Crimeia com base a este referendo”.

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