_
_
_
_
Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

Um toque de atenção

As eleições legislativas na Colômbia e o reforço de Uribe são um aviso ao presidente Santos

As eleições legislativas celebradas no último domingo na Colômbia voltaram a dar a maioria à coalizão de partidos que sustenta Juan Manuel Santos. Para o presidente colombiano, trata-se de um respaldo às negociações de paz com as Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia (FARC), sua mais preciosa bandeira política. Mas Santos evitou, com bom critério, o triunfalismo: as eleições são, também, um toque de atenção ao governante.

Primeiramente, o santismo perdeu a maioria absoluta na crucial Câmara do Senado, onde vai se encontrar o ex-presidente Álvaro Uribe, antigo aliado e agora rival, controverso líder da oposição. Seu novo partido, o Centro Democrático, estreia como a segunda força mais votada, após o Partido de La U, a formação de Santos, e acima dos outros membros da coalizão governamental.

Os mais de dois milhões de votos coletados por Uribe, a cabeça de uma lista fechada e apesar de uma série de limitações administrativas, confirmam a popularidade que continua ostentando o ex-presidente e indicam que o diálogo com as FARC, que Uribe deplora por considerar precipitado e pouco transparente, suscita na população mais reservas do que o Governo quer mostrar. Outro dado aparece nessa tese: apesar da insistência oficial em que o Congresso decorrente será o encarregado de legislar os acordos que se subscrevam eventualmente com a guerrilha em Havana, 56% dos votantes ficou em casa, a abstenção mais alta desde 1994. O Governo, que mostrou às vezes certa arrogância diante de quem questionava legitimamente o diálogo, faria bem se anotasse isso.

Editoriais anteriores

Está claro que Santos, que buscará sua reeleição nas eleições presidenciais de 25 de maio, mantém o controle do Congresso, mas agora terá que armar novas alianças para impulsionar suas iniciativas. Conta para isso com uma esquerda cada vez mais exígua e um Partido Conservador de lealdades divididas e convertido em dobrável aos interesses do momento.

O presidente fez um apelo a Uribe para deixar de lado a acidez que envenena há quatro anos as relações entre os que formaram uma sólida equipe de Governo, que conseguiu tirar a Colômbia do marasmo político e econômico. Uma aproximação seria sem dúvida uma amostra de responsabilidade política e o melhor presente para os colombianos, que precisam de forças democráticas unidas nesta etapa crucial.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_