Outro Neymar
O atacante, distante da versão que exibe na seleção brasileira, aumenta seu jejum de gols no Barcelona
Foi pura inspiração, um trampolim para chegar ao gol. Recebeu com a esquerda e assim colocou a bola debaixo das pernas do goleiro; aproveitou um passe em profundidade para fazer o seu segundo com um toque por cobertura; e definiu rápido de primeira, aproveitando um passe de Jô, para chegar ao hat-trick. Foi Neymar. Mas vestindo a camisa do Brasil, onde costuma viver ótimos momentos e saber o ponto final do jogo coletivo. Versão distante da exibida no Barcelona, até o ponto em que soma mais assistências (8) que gols no Campeonato Espanhol (7). Frente ao Valladolid, neste sábado, partindo da esquerda, assim como faz com a canarinha, voltou a não concluir as jogadas, a acrescentar o desatino ao arremate, a trazer à memória do torcedor o preço pago pelo clube.
Primeiro recebeu na entrada da área, realizou um corte eficaz e se preparou para o arremate. Chutou nas nuvens. E depois, em um contra-ataque, recebeu no interior da área, e, com a esquerda, novamente fez um disparo terrível, como se de uma conversão de rugby se tratasse. Não era a tarde do Barça mas também não era a de Neymar, que errou 13 dos 35 passes que deu e só se saiu vitorioso em um dos quatro dribles de que não abriu mão. “Neymar está bem, está alegre, não o vemos preocupado”, afirmou Xavi na semana anterior, em referência ao imbróglio de seu contrato com o Barcelona e os contratos paralelos que são alvo tanto do Fisco brasileiro como do espanhol.
Com sete gols, é o quinto artilheiro da equipe, atrás de Alexis (16), Messi (15), Pedro (13) e Cesc (8)
“Eu o noto normal, mas uma pessoa não está todas as horas com o jogador para saber como se sente”, argumentou o técnico Tata Martino. Palavras que Neymar alinhou com fotos nas redes sociais, como a que mostrava peitorais com Alves e Adriano, em uma pose despreocupada. Mas Ney —como é chamado nos vestiários— não tem funcionado na grama. Os números assim o indicam: com o Santos marcou 54 gols em 103 partidas (0,52 por jogo); na Libertadores 14 em 25 (0,56); com o Brasil converteu 30 em 47 (0,63); e com o Barça fica em sete de 20 encontros do Espanhol (0,35).
Com Alexis como artilheiro do clube na competição (16), Neymar fica longe nessa disputa, sendo que também tem pela frente Messi (15), Pedro (13) e até Cesc (8). Resulta que o 11, com mais dribles que arremates, fica quase sempre na média. Só brilhou quando atuou durante semanas no centro do ataque, na ausência de Messi por lesão. Mas não é seu lugar. E, com uma negativa de ofuscação, que não de protesto, Neymar deixou o gramado antes da hora por decisão de Martino. Um castigo para o seu futebol; consequência da sua falta de gols.
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