A arte viveu em 2013 melhor ano de sua história
Compra e venda de objetos artísticos alcançou 28 bilhões de reais, segundo a consultoria Artprice
Restavam poucas dúvidas de que seria assim. O mercado da arte viveu em 2013 o melhor ano de sua história. A venda de obras em casa de leilões alcançou, segundo a consultora artprice.com, a estratosférica cifra de 12,05 bilhões de dólares (28 bilhões de reais). A esta cifra teria que se somar as comissões que cobram as casas de ofertas pelas transações e os impostos. Facilmente poderia supor entre 15% e 20% a mais. Esses mais de 12,05 bilhões representam pulverizar os 10,6 bilhões de dólares registrados em 2012. Cerca de 13% a mais. A atividade resulta tão intensa que o exercício passado se fixou 15.000 novos preços máximos de artistas.
Tudo sobe e melhora. Tudo é cada vez mais caro. A pintura, a escultura, a obra gráfica inclusive os desenhos, que se tinham mantido bastante à margem das correntes especulativas, sucumbem. Os detalhes é que contam. Em uma década, os preços da fotografia subiram 25%. E igual viagem empreenderam a pintura (27%), a escultura (28%), as gravuras (38%) e, surpreendentemente, os desenhos (185%). Este boom do papel justifica-se pela pujança do mercado chinês, onde este suporte está muito valorizado. Da mesma forma que acontece no Ocidente com a tela. Na China, artistas do país como Qi Baishi, Huang Zhou, Li Xiongcai, Tang Yin ou Zhang Daqian disparam os preços.
De todas formas a pintura continua sendo o suporte mais cobiçado. O martelo atingiu o atril em 878 ocasiões acima do milhão de dólares para obras sobre tela. Em 2003, para estabelecer uma comparação, foram 205 vezes. À frente desta pujança encontram-se os 142,4 milhões de dólares pagos por Elaine Pascal Wynn, a ex-mulher do magnata dos cassinos Steve Wynn, pelo tríptico Três estudos de Lucian Freud assinado por Francis Bacon. O arremate mais caro da história. Mas não está só. A esta bonança também se somam os 105 milhões de dólares obtidos pela venda da tela de Andy Warhol Silver Car crash (Double disaster) e os 58,3 milhões que conseguiu Number 19 (1948) de Jackson Pollock.
Outra leitura interessante que deixa no ano é que a obra gráfica, que tradicionalmente tinha uns níveis baixos de revalorização, ganha força. O volume de peças vendidas é similar ao de anos anteriores mas seus rendimentos anuais são quase quatro vezes superiores. O mercado da gravura, aponta artprice.com, equivale a 260 milhões de dólares, a cifra mais alta de sua história. Nesta categoria mandam os preços de Andy Warhol, Pablo Picasso, Edvard Munch e Odilon Redon, que têm obras que se arrematam acima do milhão de dólares.
Também as esculturas aproveitam essa bonança. Somam vendas de 913 milhões de dólares. Em uma década esta cifra tem se quadruplicado. Nunca tantas obras foram vendidas neste suporte: 22.500. Um espaço no que o artista norte-americano Jeff Koons é capaz de arrematar na Christie’s sua escultura de cromo polida Balloon dog (Orange) por 58,4 milhões (42,5 milhões de euros).
E a fotografia? Nessa área aconteceu algo curioso. Continua sendo inovadora para o mercado, pese a sua implantação generalizada entre colecionadores e museus. Apesar de tudo obtém 153,3 milhões de dólares, o que supõe multiplicar por três seus rendimentos de 2003. E artistas que trabalham com a fotografia, como o alemão Andreas Gursky, podem vender uma imagem de grande formato, Chicago board of trade III, por 2,85 milhões de dólares. A quantia mais elevada em 2013. Na sequência desse ranking de preços estão Richard Prince, Cindy Sherman e Man Ray.
Quanto às supervendas, a classificação dos dez artistas com melhores resultados em leilões em 2013 vem marcada pela recuperação das posições dos criadores ocidentais frente ao reaquecimento do mercado chinês. De fato, esses dez grandes nomes venderam obras por valor de 2,28 bilhões de dólares. Os eleitos? Andy Warhol (367 milhões de dólares), Pablo Picasso (361), Zhang Daqian (291,6), Jean-Michel Basquiat (250), Qi Baishi (230), Francis Bacon (195,7), Gerhard Richter (165,8), Roy Lichtenstein (140,5), Zao Wou-Ki (139,5) e Claude Monet (137,6).
De todos estes preços se beneficiaram as grandes casas de leilão. Em concreto, Christie’s vendia em sua sala de Nova York, no dia 12 de novembro de 2013, em sua oferta de arte de pós-guerra e contemporâneo peças por valor de 609 milhões de dólares. A arrecadação mais elevada jamais alcançada em um leilão de arte, e, por extensão, a melhor marca da casa em 247 anos de história.
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