_
_
_
_

Alierta reorganiza a cúpula da Telefónica

O executivo-chefe Álvarez Pallete ganha mais poderes com a reestruturação Os centros corporativos de São Paulo e Londres serão fechados

Miguel Jiménez
César Alierta, presidente de Telefónica.
César Alierta, presidente de Telefónica.efe

O presidente da Telefónica, César Alierta, decidiu promover uma reviravolta no organograma da companhia, afetando em cheio à cúpula executiva da empresa. A figura do executivo-chefe José María Álvarez-Pallete sai reforçada da reestruturação decidida por Alierta, que implica uma simplificação das estruturas e uma passagem para uma gestão global da companhia, com a recentralização de algumas funções. Desaparecem os três grandes centros corporativos da Telefónica América Latina (instalado em São Paulo), Telefónica Europa e Telefônica Digital (ambos em Londres), que serão integrados a um só centro corporativo, na sede central.

Alierta proporá essas mudanças ao Conselho de Administração, que se reúne nesta quarta-feira em Madri e que tem em sua pauta também a aprovação dos resultados anuais da companhia. O presidente da Telefónica já anunciou as mudanças aos executivos diretamente afetados, e estes as transmitiram a suas equipes, segundo integrantes da empresa. A companhia evitou fazer comentários, pedindo que seja aguardado um comunicado após a reunião do Conselho nesta quarta-feira.

Valbuena assume Estrategia e Castillo deixa as tarefas executivas

A eliminação dos centros corporativos afeta diretamente os executivos que estavam à frente dos mesmos. Santiago Fernández Valbuena deixa, portanto, de ser presidente da Telefónica América Latina, que recentemente tinha decidido instalar seu quartel-general em São Paulo, cidade para a qual havia sido transferida em abril de 2013 parte da equipe que chefiava a operação na região.

As funções corporativas da Telefónica América Latina voltam para Madri. Fernández Valbuena, que durante sua gestão transformou a Telefónica em líder da telefonia celular no Brasil e fez da América Latina a principal origem de receitas da companhia, passará a ocupar um cargo recém-criado, o de diretor de Estratégia, que terá entre suas funções realizar estudos, alianças e outros assuntos dentro do centro corporativo em Madri.

Já Eva Castillo, uma pessoa muito próxima a Alierta e em quem o presidente da companhia depositava grande confiança, deixa suas funções executivas e se manterá simplesmente como conselheira. Durante sua etapa, Castillo pilotou importantes operações na consolidação europeia da Telefónica, principalmente com a compra do E-Plus, na Alemanha. Dentro da empresa, valorizava-se muito sua liderança de equipes e a promoção de talentos.

A Telefónica Digital desaparece três anos depois da sua criação

O outro afetado é Matthew Key, que estava até agora à frente da Telefónica Digital. Essa unidade de negócio foi criada em 2011, com sede em Londres, e agora desaparece. A explicação dada por fontes próximas à empresa é que essa unidade cumpriu a tarefa de colocar a Telefónica no mundo digital, mas que agora toda a organização precisa ser digital, o que deve ser uma fonte de negócio de caráter mais transversal, integrada em toda a companhia.

O conjunto da reorganização responde a uma tentativa de simplificação e eliminação de comitês e centros corporativos, com a mentalidade voltada para uma maior globalização. É visto como certo que, após essa onda de mudanças na cúpula da Telefónica ocorrerá uma fase de substituições, transferências e nomeações no segundo e terceiro escalões da empresa.

A reorganização da estrutura da Telefónica e as mudanças na cúpula significam uma reviravolta no modelo de gestão da companhia. Embora o executivo-chefe José María Álvarez-Pallete já tivesse sob seu comando todas as divisões regionais, sua posição de poder e seu caráter de número dois da companhia se reforçam agora, o que alimentará também as especulações sobre sua futura candidatura à sucessão de Alierta, embora fontes da companhia sempre insistam que esse debate não está aberto, e que as mudanças na organização nada têm a ver com essas considerações.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_