A descoberta de outros dois corpos eleva para 15 os mortos na tragédia de Ceuta

A Polícia civil aumenta o dispositivo de busca nas praias do litoral Os dois cadáveres foram localizados em trilhas de praias espanholas

A Policia civil leva o novo cadáver até o porto.joaquín sánchez

Dois novos corpos de subsaarianos foram localizados nesta manhã em duas praias de Ceuta, cidade autônoma espanhola, em um intervalo de apenas duas horas. O primeiro deles foi avistado por um pescador nas imediações da praia da Ribera, na baia sul da cidade, em plena área urbana. O segundo imigrante também foi encontrado em uma praia, nesse caso a de Aladraba, mais próxima à fronteira com o Marrocos. Com esses, aumenta para 15 o número de mortos depois que a Guarda Civil calculou que não chegariam a mais de 14.

Eles são vítimas da tragédia ocorrida quando, na semana passada, ao menos 250 imigrantes tentavam cruzar o estreito que separa Ceuta da fronteira com Marrocos. Eles entraram em confronto com a polícia da fronteira e alguns, para fugir das investidas policiais, se atiraram no mar. 

O primeiro dos corpos foi localizado e resgatado pela Guarda Civil às 10:15 a 500 metros da praia da Ribera flutuando no mar, de acordo com a versão dada pela delegacia. O segundo, às 12h30m, estava muito mais próximo da margem, a uns cinco metros. Em ambos os casos as correntes marítimas os arrastaram até águas espanholas porque já estavam distantes do entorno da fronteira marroquina.

A Guarda Civil de Ceuta, através do Serviço Marítimo, optou por ampliar o dispositivo de buscas nas praias de seu litoral devido ao aparecimento desses dois novos corpos de imigrantes em pontos mais afastados da fronteira.

Com esses dois corpos e o que foi resgatado ontem pelas autoridades marroquinas em suas águas (mas a uns dois quilômetros da fronteira do Tarajal) eleva-se para 15 o número de mortos na tragédia. Até agora, as autoridades oficiais estimavam que teriam morrido, no máximo, 14 imigrantes na tentativa de entrada massiva, razão pela qual já não se descarta que o número de mortos possa continuar aumentando. A maioria dos imigrantes morreu na própria margem da praia marroquina fronteiriça e seus corpos foram tirados da água por outros subsaarianos e não pelas forças marroquinas. De fato, as autoridades espanholas tinham conhecimento de que havia mais corpos flutuando no mar, que de fato são os que a corrente arrastou até Ceuta.

Dos quinze imigrantes sem vida que foram recuperados, ao menos um é mulher. Os cinco corpos encontrados em águas espanholas apresentam o mesmo perfil: homem subsaariano com menos de 30 anos que não portava documentos. A expensas da autópsia que a autoridade forense ainda realize sobre os corpos, os indícios apontam a mesma causa de morte: asfixia por imersão, segundo explicou a delegação do governo.

O Grupo Especial de Atividades Subsaarianas (GEAS) da Guarda Civil mantém uma embarcação de forma quase permanente nas imediações da praia fronteiriça do Tarajal, onde foram encontrados os três primeiros corpos da parte espanhola, embora o dispositivo de rastreamento tenha se intensificado e ampliado ao resto da extensa baia sul de Ceuta, depois que três corpos foram avistados mais ou menos próximos à margem nas últimas 48 horas.

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