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Wall Street sofre com o movimento caótico nas divisas emergentes

O Dow Jones iniciou a sessão mantendo os 16.000 pontos, em sua pior semana desde junho de 2012

A volatilidade é alta em Wall Street. À debilidade dos resultados entre as grandes empresas do consumo e à leitura cética que se faz dos dados que chegam da China, somam-se agora os problemas com as divisas da Argentina e de outros países emergentes. O Dow Jones iniciava assim a sessão mantendo os 16.000 pontos, em sua pior semana desde junho de 2012.

O pânico é má estratégia de investimento. Mas os atores do mercado não perdem um detalhe da situação, porque há muitas peças em movimento que explicam os motivos pelos quais o início do ano está tingido de vermelho. Os analistas tratam de discernir os porquês do caos repentino nas moedas dos mercados emergentes para entender se é um problema que vai para além da Argentina.

O Dow Jones, o índice de referência da bolsa nova-iorquina, deixava um 1% na abertura e já arrasta uma queda próxima a 3% neste ano. O S&P 500, que integra os valores das maiores corporações dos EUA, também mantinha o nível dos 1.800 pontos, depois de cair mais de 1% na sessão. Apesar disso, parece que Wall Street sofre menos que o resto.

A última crise pôs em destaque a interligação que há no sistema financeiro global, por isso os estrategistas preferem seguir de perto os movimentos no mercado de divisas pelo efeito que ele pode ter no mercado de ações. O que é preciso ver é se essas tensões nas moedas dos países emergentes pode acabar atrapalhando a estratégia da Reserva Federal.

O banco central dos EUA reúne-se na próxima semana, data na qual se esperava um novo recorte no programa de compra de dívidas. É a última a ser presidida por Ben Bernanke antes de ceder a testemunha a Janet Yellen o 1 de fevereiro. O processo de retirada de estímulo iniciou-se no último dia 18 de dezembro, com expectativa de que esteja completo antes de final de ano.

Embora o Fundo Monetário Internacional assegure que o ajuste do Fed não está afetando a economia dos países em desenvolvimento, a volatilidade das últimas semanas em Wall Street é um reflexo de que os investidores são mais cautelosos na hora de assumir riscos e buscam portos mais seguros, como se viu na reação do mercado de bônus dos EUA e no ouro.

O que também não é um segredo, como assinalam os analistas, é que os movimentos nas divisas têm um efeito no mercado de ações. Nessa busca de proteção em um clima incerto, os investidores também buscam proteção em pequenas companhias que não estejam tão expostas à economia dos mercados emergentes, como as de setores como o das matérias-primas.

O índice de volatilidade do mercado de Chicago disparou 22% na sessão, reflexo da tensão. Isto seria a indicação de que a ligeira correção que começou a arrancar em 2014 poderia continuar. Mas o que ninguém se atreve a dizer neste momento é se o caos nas divisas emergentes detonará um ajuste ainda maior. No caso do S&P 500, o sustento está em 1.775 pontos.

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