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A declaração solene de Rajoy

A declaração feita de maneira solene por Rajoy no palácio de La Moncloa é a seguinte:

“Embora não seja costume, permitam-me que eu me refira a um assunto da atualidade de hoje, que é o anúncio realizado por vários partidos catalães de propor uma consulta de autodeterminação. Quero lhes dizer com toda clareza que essa consulta não será realizada, é inconstitucional, e não será realizada.

O que propuseram na manhã de hoje alguns partidos políticos da Catalunha é radicalmente contrário à Constituição e à lei, essa iniciativa se choca frontalmente com o próprio fundamento da Constituição, que é a unidade indissolúvel da nação espanhola.

Portanto, o Governo que presido não pode autorizar nem negociar sobre algo que é propriedade de todos os espanhóis. Só ao conjunto dos espanhóis – o titular único da soberania – cabe dizer o que é a Espanha e como ela se organiza, e ninguém pode lhes privar desse direito.

Nenhum Governo pode ceder o que cabe aos espanhóis. Nem eu nem nenhum presidente do Governo pode permitir ou consentir que os espanhóis sejam privados do que a Constituição e a lei lhes garante.

Como presidente do Governo, jurei cumprir e fazer cumprir a Constituição e as leis, e, portanto, lhes garanto que essa consulta não será realizada. Isso está fora de toda discussão e de toda negociação.

No Governo, sempre trabalhamos pelo fortalecimento dos laços afetivos, políticos, econômicos e sociais que nos unem aos catalães e ao resto dos espanhóis. Por isso, lamento profundamente iniciativas que fraturam a sociedade, estimulam a divisão e geram profundas incertezas à cidadania numa época carente de certezas.

Vou dedicar todo o meu esforço para que os catalães, que sempre foram uma parte fundamental e querida da Espanha, não se vejam prejudicados pelas consequências dessa iniciativa.

Recordo o respeito que todos devemos à lei, e especialmente aqueles que temos responsabilidades de Governo. Por isso, antes que se formalize essa proposta e se tente abrir um processo manifestamente contrário à Constituição e aos direitos dos espanhóis, apelo à responsabilidade do presidente da Generalitat [governo catalão] e ao compromisso político por ele assumido de não violentar as leis.”

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