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México carimba passaporte ao Brasil

Seleção da Concacaf bate Nova Zelândia por 4 a 2 e fecha sem dificuldades repescagem para o Mundial de 2014

Juan Diego Quesada
O mexicano Paul Aguilar durante jogo disputado na Nova Zelândia.
O mexicano Paul Aguilar durante jogo disputado na Nova Zelândia.EFE

Alguns guerreiros maoris, com lanças nas mãos, recebiam dias atrás os jogadores mexicanos em sua chegada a Wellington, capital da Nova Zelândia. O ritual da Haka, dança da guerra, parecia ameaçar os jogadores do técnico Miguel Piojo Herrera, mas na verdade tratavam-se de vistosas boas-vindas que demonstravam mais carinho que outra coisa. Esse caráter dócil dos neozelandeses, que nunca foram rivais à altura dos mexicanos, imperou nos 180 minutos dos confrontos entre ambos os países por uma vaga na Copa do Mundo do Brasil, que será disputada no ano que vem. O México voltou a golear, desta vez por 4 a 2, com três gols do atacante Oribe Peralta, que voltou a ser protagonista na ausência de Chicharito Hernández.

Os kiwis, sabedores de que não tinham nada a perder depois da goleada por 5 a 1 sofrida há uma semana no estádio Azteca, lançaram-se com ímpeto durante os primeiros minutos. O volante Luis Montes tentou frear a força local com uma entrada forte que poderia tranquilamente ter rendido um cartão vermelho ao mexicano. Pouco depois, com 15 minutos de jogo, Peralta fez o primeiro gol e encaminhou uma partida que não ofereceria maiores riscos.

NOVA ZELÂNDIA, 2-MÉXICO, 4

Nova Zelândia: Glenn Moss; Tommy Smith, Bill Tuiloma, Michael McGlinchey, Shane Smeltz (m. 54, Rori Fallon); Enquadramento Vermelhas, Chris James, Storm Roux, Jeremy Brockie; Andrew Durante e Kosta Barbarouses (m. 49, Louis Fenton).

México: Moisés Muñoz; Paul Aguilar, Rafael Márquez, Francisco Rodríguez, Juan Carlos Valenzuela; Miguel Layún, Juan Carlos Medina, Luis Montes (m. 58, Jesús Escoboza), Carlos Peña; Raúl Jiménez (m. 68, Aldo de Nigris) e Oribe Peralta.

Gols: 0-1. M. 14. Oribe Peralta, 0-2. M. 28: Peralta. 0-3. M. 33. Peralta. 1-3. M. 80. Chris James, de pênalti. 2-3. M. 82: Rory Fallon. 2-4. M. 87. Carlos Peña.

Árbitro: O alemão Felix Brych, que amonestó a Luis Montes (m. 3), Moises Muñoz (m. 39), a Shane Smeltz (m. 20), Kosta Barbarouses (m. 34).

Cheio no Westpac de Wellington.

O atacante fez outros dois no primeiro tempo e seus companheiros tiveram chances de ir para o intervalo com um placar maior. Os atletas do treinador Herrera não se deixaram abater, conscientes de que seu treinador e eles mesmos ainda teriam uma vaga na Copa a ser confirmada. A federação mexicana, após ter utilizado cinco técnicos durante as eliminatórias, decidirá definitivamente no dia 2 de dezembro quem estará no comando da seleção em 2014. Herrera só tinha acertado permanência para esses dois jogos. Os números, embora possam resultar um pouco enganosos pela pouca força do rival enfrentado, reforçam também o status do treinador, que acumulou nove gols nestas eliminatórias ante os sete marcados pelo México nas 10 partidas anteriores.

No segundo tempo, a Nova Zelândia chegou a deixar 3 a 2 no placar, mas Carlos Peña finalizou o marcador a três minutos do final. Não deixava de ser um confronto atípico. Herrera já tinha se alegrado ao ser recebido com festa pelos All Whites, graças à presença dos guerreiros maoris no aeroporto, em vez de "menções à mãe", como de costume.

O fato é que o México recuperou parte da autoestima que tinha perdido nas eliminatórias da Concacaf, onde penou para superar adversários da região com menos tradição futebolística. Para definir o mata-mata com a Nova Zelândia, para o qual se classificou graças a um gol nos descontos marcado pelos EUA, confiou em Herrera, treinador do América com bom desempenho no Campeonato Mexicano, e ignorou na hora de fazer a convocação os mexicanos que jogam na Europa. Com produto local, o México garante sua presença na próxima Copa, no Brasil, um campeonato a que estão acostumados a competir, mas que chegou a ser visto como algo distante.

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