_
_
_
_

As mulheres são maioria entre os evangélicos, que são 22% da população

A maioria dos fieis neopentecostais tem renda per capita inferior a um salário mínimo

Marcha para Jesus reúne evangélicos em Brasília.
Marcha para Jesus reúne evangélicos em Brasília.ABr (Fabio Rodrigues Pozzebom)

Não é à toa que os evangélicos no Brasil fazem parte da religião que mais cresce no país. Classificados em dois grandes grupos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os Evangélicos de Missão, com raízes no início do século 20, e os Evangélicos Pentecostais, que se multiplicaram nos anos 1980, somam, atualmente 42,2 milhões de fieis, o equivalente a 22% da população brasileira. Em 1980 não passavam de 4 milhões. Eles avançam, mas ainda estão distantes dos católicos que, embora estejam perdendo espaço, ainda é a religião de 64% dos brasileiros, ou de 123,2 milhões de pessoas.

De acordo com uma pesquisa feita em 2012 pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), o mercado de produtos religiosos cristãos, em sua maioria voltados a evangélicos, movimenta 12 bilhões de reais por ano (5,2 bilhões de dólares). Somente o mercado de música Gospel fatura, anualmente, 1,5 bilhão de reais (652 milhões de dólares). De acordo com a Câmara Brasileira do Livro, a venda de publicações voltadas a esse público faturou 479 milhões de reais no ano passado (208 milhões de dólares). A economia gira também em torno das 93 emissoras de televisão evangélicas, que são amplificadas por 5.103 retransmissoras e das 300 emissoras de rádio.

Entre as igrejas mais antigas, a maior é a Assembléia de Deus, fundada em 1910, que conta com 8,5 milhões de fiéis. A quantidade de templos distribuídos pelo país não é contabilizada. Já entre os Neopentecostais, a Igreja Universal do Reino de Deus, fundada em 1977 e dona da terceira maior rede de TV e Rádio do Brasil, a Record, tem 5,2 milhões de fiéis e 13.000 templos, sendo a maior dentro desse grupo.

Geograficamente, os evangélicos concentram-se mais nas regiões Norte (28%), Centro-Oeste (26%) e Sudeste (24%) do país. Em termos percentuais, os Estados com a maior proporção são Rondônia, ao Norte, e o Espírito Santo, no Sudeste. Em ambos, 33% da população se declarou evangélica. Na sequência, o Acre, Estado da ex-ministra do Meio-Ambiente Marina Silva, que é evangélica (32%), e o Amazonas (31%), ambos na região Norte. Já os Estados com os menores percentuais são o Piauí (9%), o Sergipe (11%) e o Ceará (14%), todos no Nordeste.

Nas capitais, São Paulo acolhe o maior número de evangélicos do Brasil: 2,3 milhões de fiéis. Porém, como esse número representa somente 21% da população da cidade, a capital paulista ficou na vigésima posição entre os municípios com o maior número de evangélicos. Em termos percentuais, Rio Branco, capital do Acre, lidera o ranking: 39%, quase se igualando ao número de católicos na cidade (40%). No lado oposto está Porto Alegre, no sul do país. A capital do Rio Grande do Sul contabiliza 11% da sua população como evangélica.

Os evangélicos são, em sua maioria, mulheres (23,5 milhões contra 18,7 milhões de homens), e a maior parte está na faixa dos 30 a 39 anos (6,7 milhões). Em termos econômicos, os evangélicos de origem Petencostal são os que têm maior proporção de fiéis com renda per capita inferior a um salário mínimo: 63,7% do total desse grupo. São eles também que apresentaram a maior quantidade de pessoas com 15 anos de idade ou mais sem instrução (6,2%), e 42% desse grupo têm apenas o ensino fundamental incompleto. Entre todas as categorias dessa religião, a renda média vai até dois salários mínimos e a maioria está empregada no regime de carteira assinada.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_