As mulheres são maioria entre os evangélicos, que são 22% da população
A maioria dos fieis neopentecostais tem renda per capita inferior a um salário mínimo
Não é à toa que os evangélicos no Brasil fazem parte da religião que mais cresce no país. Classificados em dois grandes grupos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os Evangélicos de Missão, com raízes no início do século 20, e os Evangélicos Pentecostais, que se multiplicaram nos anos 1980, somam, atualmente 42,2 milhões de fieis, o equivalente a 22% da população brasileira. Em 1980 não passavam de 4 milhões. Eles avançam, mas ainda estão distantes dos católicos que, embora estejam perdendo espaço, ainda é a religião de 64% dos brasileiros, ou de 123,2 milhões de pessoas.
De acordo com uma pesquisa feita em 2012 pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), o mercado de produtos religiosos cristãos, em sua maioria voltados a evangélicos, movimenta 12 bilhões de reais por ano (5,2 bilhões de dólares). Somente o mercado de música Gospel fatura, anualmente, 1,5 bilhão de reais (652 milhões de dólares). De acordo com a Câmara Brasileira do Livro, a venda de publicações voltadas a esse público faturou 479 milhões de reais no ano passado (208 milhões de dólares). A economia gira também em torno das 93 emissoras de televisão evangélicas, que são amplificadas por 5.103 retransmissoras e das 300 emissoras de rádio.
Entre as igrejas mais antigas, a maior é a Assembléia de Deus, fundada em 1910, que conta com 8,5 milhões de fiéis. A quantidade de templos distribuídos pelo país não é contabilizada. Já entre os Neopentecostais, a Igreja Universal do Reino de Deus, fundada em 1977 e dona da terceira maior rede de TV e Rádio do Brasil, a Record, tem 5,2 milhões de fiéis e 13.000 templos, sendo a maior dentro desse grupo.
Geograficamente, os evangélicos concentram-se mais nas regiões Norte (28%), Centro-Oeste (26%) e Sudeste (24%) do país. Em termos percentuais, os Estados com a maior proporção são Rondônia, ao Norte, e o Espírito Santo, no Sudeste. Em ambos, 33% da população se declarou evangélica. Na sequência, o Acre, Estado da ex-ministra do Meio-Ambiente Marina Silva, que é evangélica (32%), e o Amazonas (31%), ambos na região Norte. Já os Estados com os menores percentuais são o Piauí (9%), o Sergipe (11%) e o Ceará (14%), todos no Nordeste.
Nas capitais, São Paulo acolhe o maior número de evangélicos do Brasil: 2,3 milhões de fiéis. Porém, como esse número representa somente 21% da população da cidade, a capital paulista ficou na vigésima posição entre os municípios com o maior número de evangélicos. Em termos percentuais, Rio Branco, capital do Acre, lidera o ranking: 39%, quase se igualando ao número de católicos na cidade (40%). No lado oposto está Porto Alegre, no sul do país. A capital do Rio Grande do Sul contabiliza 11% da sua população como evangélica.
Os evangélicos são, em sua maioria, mulheres (23,5 milhões contra 18,7 milhões de homens), e a maior parte está na faixa dos 30 a 39 anos (6,7 milhões). Em termos econômicos, os evangélicos de origem Petencostal são os que têm maior proporção de fiéis com renda per capita inferior a um salário mínimo: 63,7% do total desse grupo. São eles também que apresentaram a maior quantidade de pessoas com 15 anos de idade ou mais sem instrução (6,2%), e 42% desse grupo têm apenas o ensino fundamental incompleto. Entre todas as categorias dessa religião, a renda média vai até dois salários mínimos e a maioria está empregada no regime de carteira assinada.
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