_
_
_
_
_

Coreia do Norte lança míssil balístico de médio alcance ao mar do Japão

Disparo acontece às vésperas da cúpula entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping na Flórida

Macarena Vidal Liy
O líder norte-coreano Kim Jong-un junto ao Exército.
O líder norte-coreano Kim Jong-un junto ao Exército.REUTERS

A Coreia do Norte lançou na quarta-feira um novo míssil balístico de médio alcance nas águas do Mar do Japão. Segundo o Estado Maior do Exército do sul, o projétil foi disparado às 06h40 hora local (18h40 de terça-feira, horário de Brasília) de Sinpo, na província de Hamgyong do Sul, e percorreu 60 quilômetros.

Mais informações
EUA advertem que “acabou a paciência” com a Coreia do Norte
Após lançar mísseis, Coreia do Norte fica a um passo de romper relações com a Malásia
Kim Jong-un revive uma sinistra tradição da Guerra Fria
Suspeita de matar Kim Jong-nam diz ter recebido 280 reais para fazer pegadinha de TV

O míssil, segundo o Comando do Pacífico norte-americano, era do tipo KN-15, também conhecido como Pukguksong-2, e caiu ao mar às 18h52 no horário de Brasília. Alcançou uma altitude de 189 quilômetros, de acordo com análises sul-coreanas.

O lançamento acontece um dia antes da reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o chefe de Estado chinês, Xi Jinping, em que a Coreia do Norte será o principal tema de segurança em pauta.

Durante o encontro na Flórida, Trump pretende convencer a China, principal aliado de Pyongyang, a exercer maior pressão sobre a Coreia do Norte e persuadir o país a abandonar seu programa de armamentos. Pequim insistiu até agora que respeita as sanções impostas pela ONU e anunciou um embargo às importações de carvão norte-coreano, uma das principais fontes de divisas para o regime de Kim Jong-un. Mas os EUA esperam que a China adote novas medidas para bloquear por completo a Coreia do Norte do sistema financeiro ou punir os empresários chineses que continuarem o comércio proibido com o país vizinho.

Em entrevista ao Financial Times, Trump ameaçou uma ação unilateral se a China não concordar em aumentar a pressão. Em nota sucinta, o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, confirmou que a Coreia do Norte lançou “mais um míssil”. “Os EUA já falaram o bastante sobre a Coreia do Norte. Não temos mais comentários”, indica o texto.

Mais explícita foi a reação japonesa. Em Tóquio, o ministro porta-voz, Yoshihide Suga, declarou que o Japão “jamais tolera as repetidas ações provocadoras da Coreia do Norte. O Governo protesta e condena duramente” o novo lançamento. O primeiro-ministro, Shinzo Abe, alertou que a Coreia do Norte continuará fazendo esse tipo de testes.

Em 6 de março, a Coreia do Norte lançou quatro projéteis balísticos de médio alcance, três caíram em águas territoriais japonesas, a apenas 200 quilômetros da costa. Há duas semanas, outro míssil foi testado, aparentemente sem sucesso.

Kim Jong-un ameaçou testar neste ano um míssil de longo alcance capaz de alcançar o território continental norte-americano. Trump tuitou que isso “não vai acontecer!”, a conselheira adjunta de segurança da Casa Branca, KT McFarland, indicou que o armamento é uma “possibilidade real”, o que põe a Coreia do Norte no topo da lista de prioridades de segurança do novo Governo.

Em seu giro pelo nordeste da Ásia há três semanas, Tillerson anunciou o fim da política norte-americana de “paciência estratégica” e declarou que “nenhuma opção está descartada”, incluído um ataque preventivo. Segundo a imprensa dos EUA, a revisão da estratégia para a Coreia do Norte ordenada pela Casa Branca foi concluída bem a tempo da reunião entre Trump e Xi.

A Coreia do Norte realizou cinco testes nucleares, os dois últimos no ano passado. No fim de março, imagens captadas por satélites comerciais detectaram atividades suspeitas em Punggye-Ri, a área onde aconteceram os testes anteriores. Os analistas acreditam que podem ser preparativos para um sexto teste.

Na segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores norte-coreano criticou as declarações norte-americanas e as manobras militares conjuntas entre EUA e Coreia do Sul, que Pyongyang considera um teste para invadir seu território. Atos dessa natureza, segundo um porta-voz citado pela agência norte-coreana KCNA, agravam a tensão e colocam a península coreana “à beira da guerra”.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_