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Venezuela anuncia que Leopoldo López será acusado por 43 mortes

Famílias dos mortos nos protestos de 2014 apresentarão queixas por homicídio contra ele Quem diz é Diosdado Cabello, expoente da ala militar do chavismo

Leopoldo López, parado em 2014.Foto: reuters_live | Vídeo: REUTERS
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Os mais graduados funcionários da hierarquia chavista costumam guardar as grandes notícias para os seus programas de televisão. O mais recente foi o deputado Diosdado Cabello, ex-presidente da Assembleia Nacional, em seu espaço intitulado Con el Mazo Dando. Ele anunciou que os familiares dos 43 mortos nos protestos do primeiro semestre de 2014 pedirão à Justiça que Leopoldo López, o líder daquelas manifestações, seja julgado por homicídio.

Apesar de Cabello ter perdido parte do seu poder no Parlamento depois das últimas eleições, ele continua sendo considerado um homem forte da ala militar do Governo chavista. Seu programa semanal de duração variável, transmitido pelo canal estatal de televisão, é talvez a melhor prova disso. Entre o público que aplaude seus comentários costumam estar oficiais fardados da Força Armada Nacional Bolivariana. Em outra ocasião, ele anunciara a detenção de Yon Goicochea, dirigente do partido Vontade Popular, de López, que estava desaparecido havia várias horas.

Em 12 de fevereiro de 2014 ocorreu uma passeata antigovernamental convocada por López, que culminou com duas mortes e com atos de vandalismo na sede do Ministério Público, em Caracas, e em alguns veículos. Foi o começo de uma onda de protestos que se estenderia até junho daquele ano, nos quais foram registradas oficialmente 43 mortes. Em decorrência da violência nas manifestações, López já cumpre pena de 13 anos e nove meses da prisão por instigação pública, formação de quadrilha, danos à propriedade e incêndios criminosos.

López, cuja condenação foi precedida por um julgamento irregular, é considerado por organizações internacionais como o preso político mais célebre do regime bolivariano.

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