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No debate na Globo em São Paulo, adversários isolam Haddad

Com o segundo turno em aberto, adversários do petista evitam confronto. Erundina alfineta Marta e Doria

Os candidatos paulistanos debatem na TV Globo.
Os candidatos paulistanos debatem na TV Globo.Reprodução

O atual prefeito Fernando Haddad (PT) foi deixado de lado pelos adversários no debate da TV Globo realizado na noite desta quinta-feira, em São Paulo. Foi o último embate direto entre os candidatos antes do primeiro turno, no domingo. Com o segundo turno em aberto, os maiores rivais do petista na disputa, Celso Russomanno (PRB) e Marta Suplicy (PMDB), evitaram questioná-lo diretamente, mas criticaram sua gestão. Ambos optaram por dirigir suas perguntas para o líder nas pesquisas, João Doria (PSDB), e o nanico Major Olímpio (SDD). O tucano poupou todos os adversários e não entrou em confronto direto com ninguém, mantendo o discurso de que não é político, é administrador. Em diversos momentos ele e Marta fizeram uma dobradinha, com perguntas amigáveis e troca de elogios de parte a parte. Prévias de audiência apontavam que o debate marcou 24 pontos no Ibope, uma audiência alta para o horário.

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Quando questionado por Erundina sobre suas propostas na área de mobilidade, Haddad fez questão de criticar todos os adversários que defendem o aumento da velocidade máxima nas vias de São Paulo. "Estão colocando o interesse eleitoral à frente da saúde pública. A ONU recomenda a redução as velocidades”, diz. De acordo com ele, os rivais fazem “demagogia barata”.

A candidata Luiza Erundina, do PSOL, que ocupa a quinta colocação na disputa de acordo com pesquisa Ibope divulgada na quarta-feira, discutiu com Marta e Doria. A deputada federal criticou a reforma da educação proposta pelo presidente Michel Temer, e tentou associar a candidata do PMDB ao Planalto. Contra Doria, Erundina disparou que ele não é "moderno" como se auto intitula, mas “velho quanto qualquer outro político velho”. “Ser moderno é privatizar cemitério?", questionou.

Veja como contamos o debate:

Também aos jornalista, Marta Suplicy diz que buscou João Doria porque ele teve mais tempo de campanha na tevê e ela queira comparar suas propostas. Marta explica que deixou o PT por divergências de conduta e lembra que seu número agora é 15. Ela diz que vai para o segundo turno.
Aos jornalistas, João Doria diz que não houve acordo com Marta Suplicy para evitar críticas no debate. "Não tenho medo de nada, muito menos de Fernando Haddad e do PT", disse, respondendo por que não buscou o prefeito no debate.
Russomanno diz que pretende sentar com todos os candidatos para conseguir mais apoio se passar para o segundo turno, mas admitiu que não espera o apoio de Marta Suplicy.
Na entrevista pós-debate, Celso Russomanno diz ter certeza de que está no segundo turno. Ele se defende das acusações de Marta Suplicy sobre o restaurante que tinha em Brasília. Diz que fechou o estabelecimento por causa da crise e que já honrou todos os seus compromissos.
Fernando Haddad (PT) diz que há dois projetos em disputa na realidade: "o privatista que quer vender a cidade, dos cemitérios aos corredores de ônibus, e um projeto que vê a cidade como um bem público". "O número que leva benefício para a periferia é 13", finaliza.
Major Olímpio: "As propostas apresentadas aqui são inexequíveis devido ao orçamento. Quero uma oportunidade para recuperar a cidade. Tolerância zero com relação aos ilegais".
João Doria se despede lembrando que é "gestor e administrador", que é nordestino e filho de um político cassado pela ditadura. Pede um "voto feliz" ao paulistano.
Russomanno se despede evocando seu histórico de defesa do consumidor e criticando Marta. Ele afirma que não ficou devendo salários para ex-funcionários de um bar do qual era sócio e faliu, conforme disse a peemedebista.
Marta Suplicy (PMDB) se despede dizendo que João Doria "teve mais tempo para se mostrar" e diz que Haddad está de costas para a periferia e "Russomanno não pagou garçons". Despedida de olho na passagem para o segundo turno.
Em suas considerações finais Erundina diz que já foi prefeita, saiu bem avaliada, e pretende "inverter as prioridades, garantindo a participação popular, combatendo as desigualdades".
Haddad diz que Russomanno "voltou atrás" em sua opinião sobre o Uber após sofrer pressão e o elogia por isso. Russomanno diz que sempre disse a mesma coisa.
Russomanno defende a segurança do motorista do Uber, que pode deixar o aplicatvo se a empresa "apertar um botão". "Nem um lado, nem o outro ganha dinheiro", diz Russomannno. Haddad diz que o adversário está desatualizado em suas críticas.
O prefeito Fernando Haddad (PT) pergunta para Russomanno (PRB) sobre "táxi e aplicativos". Haddad destaca que o Uber foi regulamentado na cidade e pergunta por que o adversário quer desfazer o que dá certo. Russomanno diz que vai corrigir o que o petista fez de errado.
"Você tem uma obsessão com o Governo do Estado, até parece que você é candidato a governador", responde Doria.
Olímpio alfineta o Governo do Estado por não ter sido mais duro com os pancadões. Geraldo Alckmin é fiador da campanha de Doria.
"O pancadão é uma violência, às famílias, eles atraem tráfico, prostituição e bebidas", diz Doria. "Mas é preciso dar alternativas de lazer na periferia, mas sem perturbação da ordem".
Outra das medidas do programa Recomeço é fazer parcerias com comunidades terapêuticas, geralmente geridas por entidades religiosas. Contamos um pouco sobre elas aqui: http://cort.as/QLPw
Major Olímpio critica os bailes funks. E pergunta o que Doria vai fazer sobre o assunto.
O tema é: "Pancadão".
Russomanno se desvia do tema segurança para criticar Marta Suplicy por prometer o que não pode cumprir (contratar dois mil médicos). Assim como Major Olímpio, ele destaca o limite de espaço para investimento. Doria diz que a Guarda Civil hoje tem agido apenas para multar.

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