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Paralisia da política espanhola causa perplexidade nas Américas

Políticos e intelectuais analisam a situação do país sem Governo, mas com economia que cresce

O Parlamento espanhol durante a primeira sessão da fracassada recondução de Mariano Rajoy à chefia de Governo.
O Parlamento espanhol durante a primeira sessão da fracassada recondução de Mariano Rajoy à chefia de Governo.emilio naranjo (efe)

As Américas olham com perplexidade para a Espanha. Nos Estados Unidos, México, Brasil, Argentina e Colômbia, a paralisia política espanhola, após duas inconclusivas eleições gerais, é acompanhada com estranheza e certa preocupação. Apesar de sua economia crescer, difunde-se a ideia de que a Espanha, que assombrou o hemisfério com sua transição para a democracia há 40 anos, agora deu um passo atrás. Para alguns políticos, escritores e intelectuais, chama a atenção que um país antes caracterizado por um bipartidarismo quase perfeito e por fluidas trocas de Governo se encontre bloqueado na sua primeira experiência com uma estrutura política multipartidária.

“A Espanha representava um modelo de inteligência política coletiva, mas agora vejo essa inteligência fragmentada e brigando, e cabe aos seus políticos resolver isso”, observa o escritor mexicano Héctor Aguilar Camín. “Não acredito que o sistema vá desmoronar, mas não está funcionando bem”, enfatiza o hispanista Stanley G. Payne. Nesse cenário, a maioria ainda confia na capacidade espanhola de sair do estancamento, mas não sem sacrifícios.

A paralisia política não afeta as relações entre Governos e tampouco parece prejudicar as relações econômicas, que continuam gozando de boa saúde, como comentam empresários argentinos e brasileiros.

Na Argentina, difunde-se a opinião de que os espanhóis estão se acostumando a viver sem Governo. Na Colômbia, alguns políticos dizem que poderiam dar aulas de multipartidarismo aos espanhóis. E, no México, um intelectual recomenda ao dirigente socialista Pedro Sánchez que seja o “herói da retirada”.

Cinco correspondentes do EL PAÍS nas Américas indagam sobre como a atualidade do país europeu é vista no outro lado do Atlântico.

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