Vídeo mostra meninas sequestradas pelo Boko Haram na Nigéria há dois anos
Dois anos após sequestro das 219 estudantes de Chibok, vídeo gravado em dezembro mostra 15 vítimas
São algumas delas. Pela primeira vez em dois anos, foi possível ver num vídeo 15 das mais de 200 estudantes sequestradas pelo Boko Haram em uma escola de Chibok, na Nigéria. As imagens, entregues por membros do grupo terrorista como prova de vida aos negociadores que tentam conseguir sua libertação, foram gravadas em 25 de dezembro passado mas só difundidas nesta quinta-feira, data do segundo aniversário do sequestro. A rede CNN difundiu uma cópia das imagens e mostrou-a aos pais. Pelo menos três das estudantes foram identificadas. O sequestro das meninas comoveu o mundo em 2014, dando origem à campanha internacional nas redes sociais #BringBackOurGirls (devolva nossas meninas), que contou com a participação de personalidades do mundo todo, incluindo a primeira-dama dos EUA, Michelle Obama.
As jovens, em aparente bom estado de saúde, são entrevistadas no vídeo. Além de dar seu nome e garantir que estão bem, confirmam que são de Chibok. A notícia foi recebida com enorme alegria pelas famílias, pois agora sabem que pelo menos algumas delas estão vivas. O presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, havia manifestado em diversas ocasiões que as jovens podiam ter sido vendidas às redes de tráfico de mulheres ou obrigadas a se casar com os membros do Boko Haram.
Segundo a CNN, uma das mães, Yana Galang, afirmou ao ver o vídeo que “agora sabemos que as meninas estão vivas e escondidas em algum lugar. Nossas filhas parecem estar bem. Tínhamos escutado muitas histórias, mas este vídeo confirma que estão vivas. O Governo deveria negociar com o Boko Haram.”
Este não é o único sequestro de meninas e mulheres levado a cabo pelo Boko Haram. Trata-se de uma prática habitual do grupo terrorista
As autoridades, porém, estão cautelosas e pretendem realizar mais identificações das imagens, já que dizem ter sido enganadas no passado pelo grupo terrorista. Desde que assumiu o cargo no ano passado, Buhari anunciou que uma de suas prioridades é encontrar as estudantes e levá-las de volta para casa sãs e salvas.
Este não é o único sequestro de meninas e mulheres levado a cabo pelo Boko Haram. Trata-se de uma prática habitual da seita radical, com milhares de casos nos últimos três anos. Para este grupo terrorista do nordeste da Nigéria em guerra contra o Estado desde 2009, o sequestro é uma das múltiplas fontes de financiamento e também uma oportunidade de obter escravas sexuais e/ou domésticas para seus combatentes. No entanto, este foi o caso de maior repercussão desde o início da campanha #BringBackOurGirls.
Atualmente, o grupo liderado por Abubakar Shekau, um dos terroristas mais procurados da África, encontra-se numa situação difícil. Fustigado por uma contraofensiva do Exército nigeriano a partir do sul, que conseguiu eliminar suas principais bases na floresta de Sambisa, e com as Forças Armadas de Níger, Chade e Camarões estacionadas no norte e no leste, o núcleo duro do Boko Haram está encurralado nas ilhas do Lago Chade, a zona montanhosa que faz fronteira com Camarões e os arredores do rio Komadougou, perto da região nigeriana de Diffa.
Our prayers are with the missing Nigerian girls and their families. It's time to #BringBackOurGirls. -mo pic.twitter.com/glDKDotJRt
— First Lady- Archived (@FLOTUS44) May 7, 2014
Mas as forças de segurança e do Exército nigeriano não baixam a guarda porque o grupo ainda tem capacidade de lançar ataques, especialmente contra objetivos não militares, como vilarejos e campos de refugiados. Pode sobretudo usar terroristas suicidas. Há dois dias, um relatório publicado pela Unicef indicou que o uso de menores de idade como kamikazes se multiplicou por 11: passou de quatro em 2014 para 44 em 2015, especialmente na Nigéria e em Camarões. E 75% desses atentados foram protagonizados por meninas.
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