Dois ex-chefes da agência antidoping russa morrem em 11 dias
Laboratório de controle desportivo do país está no centro de um escândalo de corrupção
Em um intervalo de 11 dias, ataques cardíacos mataram dois ex-chefes da agência antidoping da Rússia (RUSADA), cuja atividade está suspensa por causa de um relatório da Agência Mundial Anti-Doping (AMA) que acusava os dirigentes esportivos russos de acobertarem a prática de doping esportivo promovida pelo Estado. Esse relatório, que implicava também Lamine Diack, ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), fez com que o atletismo russo fosse afastado das competições, embora seus novos dirigentes esperem ainda ter condições de participar da Olimpíada do Rio, em agosto.
Em 3 de fevereiro, morreu por causas naturais – aparentemente um infarto – o fundador da RUSADA, Viacheslav Sinev, que dirigiu o organismo até 2010. No domingo passado faleceu, enquanto praticava esqui de fundo, Nikita Kamaev, que foi diretor da agência entre 2011 e novembro de 2015, quando o relatório da AMA redigido por Dick Pound o obrigou a pedir demissão.
Segundo o relatório, Kamaev, de 52 anos, havia participado ativamente na corrupção do doping russo, que incluía o aviso prévio dos controles feitos nos esportistas, o pagamento de dinheiro para ocultar resultados positivos, a destruição de provas sem análise e a contaminação proposital de amostras para ocultar resultados positivos. Kamaev foi também o responsável pelo dispositivo antidoping da Olimpíada de Inverno de Sochi, em 2014. No seu relatório, Pound relata que agentes do serviço secreto do presidente Putin estavam presentes durante as análises no laboratório construído para o evento de Sochi.
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