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Atentado com caminhão-bomba deixa pelo menos 47 mortos na Líbia

Ataque ocorreu em uma academia policial quando 400 cadetes assistiam a uma aula

A explosão de um caminhão-bomba em frente a um centro de treinamento policial cheio de recrutas deixou na quinta-feira meia centena de mortos no pior atentado registrado no país desde a queda do regime de Muammar al-Gaddafi, em 2011. Nenhum grupo reivindicou a autoria, mas os atentados suicidas e os carros-bomba se multiplicaram à medida que os fundamentalistas islâmicos aumentaram sua presença graças ao caos e à anarquia reinantes.

O lugar da explosão do caminhão-bomba, em Zliten.
O lugar da explosão do caminhão-bomba, em Zliten.M. TURKIA (AFP)
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O atentado ocorreu na localidade de Zliten, próxima a Misrata, em frente ao centro policial e quando centenas de estudantes assistiam a uma aula no começo da manhã. Fontes oficiais do Ministério da Saúde elevaram por fim o número de mortos a pelo menos 47, com 118 feridos, mas fontes médicas informaram previamente a existência de 65 vítimas mortais.

O prefeito de Zliten, Miftah Hamadi, afirmou que a detonação ocorreu quando 400 estudantes estavam dentro das instalações. “Foi horrível, a explosão foi tão forte que foi ouvida a vários quilômetros de distância”, contou.

Desde a revolução, apoiada pela OTAN, que retirou do poder o coronel Muammar al-Gaddafi em 2011, a Líbia foi jogada em um abismo de anarquia e caos, com dois governos rivais em diferentes entidades territoriais, Trípoli e Tobruk, e uma ampla gama de facções armadas que lutam para tomar o controle do país e seus poços petrolíferos.

O Estado Islâmico (EI) aumentou sua presença no país, se apoderando de Sirte e na última semana lançou um ataque contra o porto petrolífero de Es Sider. Nessa semana, os milicianos locais ligados ao EI atacaram também dois grandes terminais de exportação de petróleo.

As potências ocidentais tentam há semanas realizar um acordo entre as diversas facções líbias para que apoiem um governo de unidade nacional patrocinado pela ONU, mas esse acordo enfrenta grandes resistências por parte dos diferentes atores na região.

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