_
_
_
_

Putin acusa Turquia de ser cúmplice do Estado Islâmico

O presidente russo afirma que o incidente do avião terá "sérias consequências"

Pilar Bonet
Vladimir Putin, nesta terça-feira em Sochi.
Vladimir Putin, nesta terça-feira em Sochi.REUTERS

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou a Turquia de cumplicidade com o Estado Islâmico (EI) por derrubar o avião militar russo SU-24 que, segundo ele, realizava uma operação em território sírio. A ação turca "terá sérias consequências" para as relações entre os dois países, disse o líder russo. O Ministério da Defesa, que convocou o adido militar da representação diplomática de Ancara na Rússia, nega que o avião tenha invadido o território turco.

Durante uma reunião com o rei da Jordânia Abdullah II, em Sochi, no Mar Negro, Putin repetiu em duas ocasiões que a queda do avião russo havia sido "um ataque pelas costas" e classificou os autores de "cúmplices do terrorismo". O avião russo foi derrubado por um míssil ar-ar lançado por um caça F-16 turco e caiu em território sírio a quatro quilômetros da fronteira com a Turquia, disse o chefe de Estado. O avião estava a 6.000 metros de altura quando foi atingido, a "um quilômetro de distância do território turco", disse.

Mais informações
Turquia derruba um caça russo na fronteira com a Síria
Rússia negocia transição na Síria com Estados Unidos e aliados
Rússia estreita laços com Síria para afirmar-se como potência mundial
Após ajuda russa, regime sírio recupera cidades estratégicas
Exército sírio avança com apoio da Rússia, em marco da Guerra Fria
Estados Unidos suspendem programa de formação de rebeldes sírios

O avião derrubado não estava ameaçando a Turquia e realizava uma operação contra o Estado Islâmico no norte da Lataquia, uma área montanhosa "onde os insurgentes estão concentrados, vindos principalmente da Federação Russa", disse Putin. O presidente falou extensivamente sobre o financiamento do EI graças ao contrabando de petróleo da Síria para a Turquia. Segundo Putin, uma grande quantidade de petróleo e derivados é enviada à Turquia a partir dos territórios ocupados pelo EI. Esse comércio representa um "grande injeção de dinheiro" para as "quadrilhas", disse. Mas "agora além de tudo nos atacam pelas costas, a nossos aviões que lutam contra o terrorismo, e isso depois de assinarmos um acordo com os norte-americanos para evitar incidentes no ar, e a Turquia está entre aqueles que supostamente lutam contra o terrorismo sob a coalizão americana", disse.

Além do comércio ilegal de petróleo, segundo Putin, acrescenta-se o fato de que os militantes do EI "são defendidos pelas Forças Armadas de um Estado inteiro".

Aludindo a esse suposto apoio militar da Turquia ao EI, Putin alfinetou: "Por isso entende-se por que se comportam de uma forma tão cruel e descarada, por que assassinam pessoas da forma mais monstruosa, por que cometem atos terroristas em todo o mundo, incluindo o coração da Europa".

Putin criticou a Turquia que, em vez de entrar em contato direto e imediato com a Rússia, dirigiu-se aos parceiros da OTAN para "discutir a questão", como "se tivéssemos derrubado o avião deles, e não eles o nosso". "Será que querem colocar a OTAN a serviço do EI? ", afirmou.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_