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Facadas e tiros aumentam tensão entre Israel e Palestina

Cinco jovens foram mortos por disparos do Exército quando atiravam pedras perto de Gaza

Juan Carlos Sanz
A polícia prende um palestino acusado de esfaquear um israelense em Jerusalém.
A polícia prende um palestino acusado de esfaquear um israelense em Jerusalém.BAZ RATNER (REUTERS)

O esfaqueamento de dois palestinos e dois árabes israelenses na cidade de Dimona, no sul de Israel, por um adolescente judeu elevou a tensão nesta sexta-feira na Terra Santa, após uma dezena de ataques com facadas ocorridos desde o último fim de semana. Dois distintos ataques cometidos por palestinos na quinta-feira deixaram feridos um jovem estudante rabínico, em Jerusalém, e um policial israelense no assentamento de colonos judaico de Kiryat Arba, perto de Hebron, na Cisjordânia. Em outro incidente, ocorrido em Afula (norte), uma mulher palestina foi ferida depois de tentar esfaquear um agente de segurança particular israelense.

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Cinco jovens de Gaza foram foram mortos a tiros na quinta-feira por soldados israelenses quando atiravam pedras próximos à fronteira do enclave costeiro. Cerca de 12 jovens também ficaram feridos. O líder do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, classificou a revolta na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental de "Intifada", enquanto o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, apelou para a manutenção de uma "resistência popular pacífica". Nas orações desta sexta-feira, Haniyeh pediu que os ataques sejam intensificados. "Pedimos o aumento e o aprofundamento da Intifada. Estamos orgulhosos dos heróis das facas", disse o líder do movimento islâmico que controla a Faixa de Gaza desde 2007.

O agressor israelense de Dimona, de 17 anos, disse ao ser preso pela polícia que "todos os árabes são terroristas". O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, condenou o ataque, considerado pela imprensa israelense como uma retaliação pelo esfaqueamento de cidadãos judeus. Centenas de israelenses da ultradireita entraram em confronto com a polícia na noite de quinta-feira em Jerusalém, quando tentavam marchar em direção ao bairro muçulmano da Cidade Velha gritando "Morte aos Árabes!". Várias dezenas de judeus com bandeiras israelenses passaram pelo bairro árabe na manhã de sexta-feira a caminho do Muro das Lamentações.

Os serviços de segurança de Israel foram mobilizados na Cidade Velha diante da ameaça de distúrbios após as orações dos muçulmanos na sexta-feira. A polícia e o Exército proibiram o acesso de todos os homens com menos de 45 anos à Esplanada das Mesquitas.

Desde o início de outubro, a violência já tirou a vida de quatro israelenses, dois mortos a tiro e dois esfaqueados em ataques, e de sete palestinos por disparos das forças de segurança: três durante a repressão de distúrbios e quatro que foram identificados como agressores com facas, como aconteceu nesta sexta-feira em Kiryat Arba, e na quinta-feira em Tel Aviv. Os ataques com facas feriram até o momento 13 judeus e quatro árabes.

Centenas de jovens palestinos também ficaram feridos em confrontos com as forças de segurança israelenses. Grupos de árabes com passaportes de Israel também se manifestaram nos últimos dias em solidariedade aos palestinos. Em Nazaré, no norte do país, 16 árabes israelenses foram presos na noite de quinta-feira depois de uma manifestação.

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