85 bombeiros seguem desaparecidos depois das explosões na China
As autoridades elevam para 112 o número de mortos no acidente industrial
As explosões da quarta-feira no porto chinês de Tianjin, o décimo maior do mundo, poderiam se transformar em um dos acidentes industriais mais mortíferos da história da China. As autoridades municipais confirmaram neste domingo que o número de mortos subiu para 112 e assinalaram que 95 pessoas continuam desaparecidas, entre elas 85 bombeiros. Mais de 700 feridos continuam internados, 58 em estado grave.
Nove unidades de bombeiros – cada unidade tem 25 pessoas – responderam na quarta-feira a um aviso inicial de incêndio nos armazéns da empresa Ruihai Logistics International, no parque industrial de Binhai, na periferia de Tianjin. Cerca de 40 minutos depois, ocorreram duas explosões, com meio minuto de diferença e uma potência conjunta de 24 toneladas do TNT.
Uma equipe militar de 217 especialistas em substâncias químicas localizou quantidades de cianureto de sódio, uma substância altamente tóxica, espalhadas entre os destroços na zona das explosões, informou o jornal oficial Diário de Ciência e Tecnologia. Outros 1.100 soldados se concentram na busca de sobreviventes. O jornal Beijing News assinalou que o armazém guardava 700 toneladas de cianureto de sódio, um produto utilizado na extração de ouro, entre outros usos. As autoridades chinesas não confirmaram o volume que havia nos contêineres.
As fontes oficiais também não deram uma informação clara sobre a presença de substâncias tóxicas no ar ou na água e seu nível de periculosidade. Em uma entrevista coletiva, autoridades da Prefeitura insistiram em que as concentrações de elementos prejudiciais à saúde permanecem dentro dos níveis considerados toleráveis. Também disseram que as quantidades de cianureto de sódio que podem ter vazado são muito pequenas, e garantiram que não há risco de que a água eventualmente contaminada chegue à rede de abastecimento. Mas as equipes presentes na zona trabalham com máscaras contra gases e com uniformes protetores. A agência oficial de notícias Xinhua (Nova China) publicou no sábado que foi declarada uma zona de exclusão de três quilômetros ao redor do local das explosões, mas depois desmentiu essa informação.
O regime comunista chinês se apressou para censurar as informações críticas sobre o desastre. Neste fim de semana, ele anunciou o fechamento de 50 páginas da internet que “suscitavam o pânico ao publicar informação não verificada ou permitir que seus usuários espalhassem rumores sem nenhum fundamento”. Previamente, a Administração do Ciberespaço, um órgão do Governo chinês, já havia bloqueado 360 contas nas redes sociais por motivos similares. É uma prática habitual em casos de desastre na China, onde as autoridades temem qualquer incidente que possa alterar a estabilidade social, sua prioridade absoluta.
No sábado, o presidente chinês, XI Jinping, disse que se deve aprender com as “lições extremamente profundas” deixadas pelo acidente. Em uma instrução por escrito, XI admitiu que as explosões em Tianjin e outros incidentes graves ocorridos antes deixaram evidentes problemas sérios no que diz respeito à segurança trabalhista no país. As autoridades sempre devem dar prioridade ao “crescimento sensato”, insistiu o presidente, citado pela Xinhua.
O Conselho de Estado (o Executivo chinês) convocou uma teleconferência de abrangência nacional para lançar um programa de inspeção das condições de segurança nos setores de transporte público, portos e manejo de explosivos e substâncias perigosas em todo o território do país.
Até o momento, as autoridades não confirmaram o que causou as explosões em Tianjin, a 120 quilômetros de Pequim, embora a causa mais provável, segundo os especialistas, seja uma reação do carbureto de cálcio – uma das substâncias armazenadas nos contêineres – ao contato com a água utilizada pelos bombeiros.
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