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Hillary Clinton: “O embargo a Cuba deve acabar de uma vez por todas”

A candidata do Partido Democrata afirma que é preciso propor uma nova estratégia

Silvia Ayuso
Hillary Clinton, durante seu discurso em Miami.
Hillary Clinton, durante seu discurso em Miami.JOE SKIPPER (REUTERS)

A candidata à presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata Hillary Clinton fez um apelo nesta sexta-feira para “aproveitar a oportunidade” apresentada pela normalização das relações com Cuba iniciada em dezembro passado. Caso contrário, segundo ela, isso significaria apostar em uma política que demonstrou ter “fracassado”.

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“Temos que decidir entre interagir e o embargo, entre apostar em uma maneira nova de pensar ou continuar com a dinâmica da Guerra Fria”, disse Clinton em um discurso no qual convocou o Congresso a colocar um ponto final de uma vez por todas ao embargo a Cuba. Tudo neste discurso chave sobre política internacional — porque Clinton falou especificamente de Cuba, mas como plataforma para apresentar uma estratégia internacional afastada da “diplomacia de cowboy” que, afirmou, propugnam seus rivais republicanos — estava cuidadosamente estudado.

Miami, onde vive 80% da comunidade cubano-americana dos EUA, é um bastião do exílio anticastrista mais visceral, que recusa com veemência qualquer aproximação à ilha. Mas, como demonstram pesquisa após pesquisa e eleição após eleição — tanto em 2008 como em 2012, ganhou o democrata Barack Obama na Flórida —, Miami é também a cidade onde um número cada vez maior de cubanos-americanos, bem jovens nascidos em EUA ou emigrados nas últimas duas décadas por motivos mais econômicos que políticos, aplaudem uma aproximação à ilha com a qual seguem mantendo fortes vínculos.

“Chegamos a um momento decisivo. O povo cubano esperou o suficiente por uma mudança. O embargo tem de acabar de uma vez por todas e deveríamos substituí-lo com uma estratégia mais inteligente”, declarou a ex-secretária de Estado durante um discurso na Universidade Internacional da Florida, em Miami.

“Convoco o presidente da Câmara de Deputados [John] Boehner e o líder do Senado [Mitch] McConnell para que deem um passo adiante e respondam ao chamamento. Uma grande maioria quer uma relação melhor com Cuba”, disse Clinton, mandando um recado aos líderes republicanos no Congresso, em referência às várias pesquisas que demonstram que uma grande maioria de norte-americanos apoia a política de normalização das relações iniciada pelo presidente democrata Barack Obama, em 17 de dezembro.

Um "novo começo" com a região

S. Ayuso

Agora que os Estados Unidos deram uma decisiva mudança de rumo em sua política para Cuba, uma demanda chave do hemisfério ocidental, é hora de que também a região faça sua parte e deixe de aceitar as carências democráticas da ilha, segundo a candidata presidencial democrata Hillary Clinton.

"Assim com os EUA precisavam de uma nova estratégia para Cuba, a região também tem o que fazer", sustentou Clinton em seu discurso para pedir ao Congresso a suspensão do embargo para a ilha que a América Latina reclama há décadas. "Os líderes latino-americanos ficaram se sem desculpas para não defender as liberdades fundamentais dos cubanos. Basta de varrer para baixo do tapete, basta de desculpas, é hora de darem um passo à frente em matéria de direitos humanos", reclamou.

Para Clinton, a normalização com Cuba propicia simultaneamente um “novo começo” com uma região “estrategicamente” chave para a prosperidade e segurança de EUA em longo prazo, mas em que a “impopular” política para a ilha lhe fez perder “influência e liderança”. E há muitos esperando ocupar esse espaço na região, advertiu Clinton. “Os EUA precisam liderar nas Américas. Se não o fazemos, que ninguém se engane, outros o farão. E a China está ansiosa por aumentar sua influência”, lembrou.

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