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Ataque contra centro curdo na Turquia deixa pelo menos 30 mortos

Os primeiros indícios apontam que o atentando foi perpetrado pelo Estado Islâmico

Imagem do atentadoFoto: AGENCIA_DESCONOCIDA | Vídeo: AFP
Andrés Mourenza

Pelo menos 30 pessoas morreram e cerca de 100 foram hospitalizadas com ferimentos de diversos tipos após um atentado suicida num centro cultural da cidade turca de Suruç, na fronteira com a Síria, segundo informaram fontes oficiais à agência France Presse. Outras fontes consultadas por este jornal elevam o número de feridos a “160 ou 170”. Fontes do Ministério do Interior turco citadas pela imprensa local consideram que o ataque é obra do grupo extremista Estado Islâmico ou de alguma organização associada.

A explosão ocorreu no pátio do centro cultural Amara, pertencente à Prefeitura de Suruç, durante uma entrevista coletiva que havia reunido cerca de 300 pessoas, “em sua maioria jovens em idade universitária”, explicou a EL PAÍS um porta-voz do município. Os jovens tinham comparecido a Suruç para participar de um acampamento de verão organizado pela Federação de Associações Juvenis Socialistas (SGDF), que pretendia cruzar a fronteira síria para levar ajuda humanitária e brinquedos a Kobane, em apoio à reconstrução da cidade curdo-síria arrasada após meses de assédio e ataques do Estado Islâmico (EI).

Os jovens aguardavam há dois dias uma autorização oficial para atravessar a fronteira legalmente, segundo explicou o famoso cantor Ferhat Tunç à CNN-Türk. Tunç estava em Suruç com outros artistas para participar de um festival realizado nesta época na região por ocasião do terceiro aniversário da Revolução de Rojava, isto é, a proclamação, por parte do Partido da União Democrática (PYD) e suas milícias, as Unidades de Proteção Popular (YPG), de comunidades autônomas em diversas áreas do norte da Síria das quais o regime de Bashar al-Assad se retirou em 2012.

Um ferido espera assistência médica depois do atentado.
Um ferido espera assistência médica depois do atentado.REUTERS

Embora ainda não tenha havido um posicionamento oficial, tanto as fontes do Ministério do Interior turco citadas por diversos jornais como moradores de Suruç consideram que o ataque seja obra do EI ou de alguma organização vinculada, numa espécie de castigo pelas derrotas sofridas na Síria nas mãos dos combatentes curdos. Além disso, destacam a premeditação do ataque pelos atos que ocorrem nesta época na cidade. Segundo testemunhas do ataque citadas pela imprensa turca, o atentado —um dos mais graves da história da Turquia— foi cometido por um ou uma terrorista suicida, informação confirmada pela delegação provincial do Governo.

O professor Mehmet Özcan, do Instituto de Estratégia de Ancara, diz que, se for confirmada a autoria jihadista do ataque, seria mais uma prova da “grande ameaça” sofrida pela Turquia, “transformada em campo de batalha entre organizações armadas que lutam na Síria”.

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As TVs turcas mostraram um grande número de ambulâncias no local do ataque. As forças de segurança isolaram o perímetro para investigar o método empregado pelos atacantes. Durante as últimas semanas, as forças de segurança turca prenderam dezenas de supostos militantes do EI em diversas operações nas zonas fronteiriças e no interior do país. Foi decretado o bloqueio de três websites ligados aos jihadistas. Um deles, Darulhilafe.com, advertiu a Turquia de que o Estado Islâmico atentaria contra o seu território.

As Forças Armadas da Turquia reforçaram a vigilância na fronteira com a Síria, instalando misseis e artilharia pesada, num momento em que o grupo armado curdo PKK —vinculado com as YPG curdo-sírias— deu sinais de que abandona sua trégua, retomando ataques contra instalações públicas e militares.

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