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Um ataque com a marca do atentado contra o ‘Charlie Hebdo’ em Paris

A agressão de Copenhague acontece cinco semanas após a da capital francesa

Carlos Yárnoz
Flores na sede do semanário Charlie Hebdo, em Paris, em 7 de fevereiro.
Flores na sede do semanário Charlie Hebdo, em Paris, em 7 de fevereiro.Michel Euler (AP)

O ataque terrorista de Copenhague tem a mesma marca do atentado jihadista ocorrido em Paris contra o jornal satírico Charlie Hebdo há cinco semanas. Como denominador comum, as duas agressões armadas tiveram como objetivo chargistas que fizeram caricaturas de Maomé, um fato que os islâmicos radicais consideram uma blasfêmia e um grave insulto à religião muçulmana.

Em 7 de janeiro passado, dois extremistas muçulmanos, os irmãos Saïd e Chérif Kouachi, de 32 e 30 anos, invadiram a sede do jornal satírico francês e assassinaram a sangue frio 12 pessoas, entre elas oito chargistas e jornalistas do semanário. Armados com fuzis Kalashnikov e encapuzados, os dois terroristas dispararam vários tiros contra os chargistas, em vários casos depois de conferirem as identidades. Um dos primeiros agredidos foi o diretor da publicação, Stéphane Charnonnier, Charb.

A França ficou abalada com o ataque brutal contra um dos valores fundamentais da República, a liberdade de expressão. Dois dias depois, os irmãos Kouachi foram abatidos pela polícia em uma gráfica de Dammartin, a cerca de 30 quilômetros ao norte de Paris, na qual tinham se refugiado depois de serem localizados pela polícia.

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O Charlie Hebdo era ameaçado desde que, em fevereiro de 2006, publicou caricaturas de Maomé. Em solidariedade com a revista dinamarquesa Jyllands-Posten, igualmente ameaçada por ter publicado desenhos do profeta, o Charlie Hebdo incluiu em suas páginas os desenhos de seus colegas dinamarqueses. Em 2011, a sede da revista francesa foi atacada com coquetéis molotov por desconhecidos. A Redação se mudou então para o jornal Libération, assim como fizeram agora depois da chacina de 7 de janeiro.

A reação em massa na França e no resto do mundo contra o ataque ao Charlie Hebdo se concretizou na grande manifestação registrada em Paris e em várias cidades do país em 11 de janeiro. Quase quatro milhões de pessoas saíram às ruas. Na capital francesa, cerca de cinquenta chefes de Estado e de Governo participaram do protesto, que transformou Paris na capital mundial contra o terror. Depois do atentado, Charlie Hebdo já vendeu oito milhões de exemplares do número especial produzido após os assassinatos. O número seguinte será lançado no próximo dia 25.

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