A Fase Rosa, música do mundo com DNA brasileiro
Banda mineira que usa ritmos brasileiros para interpretar sons internacionais inicia turnê
Você gosta de música brasileira, mas sente falta de novidade. Gosta de ritmos nacionais como MPB, samba e axé, mas não quer virar especialista em só um deles e, além disso, gosta que o Brasil converse musicalmente com o resto do mundo. A solução de seus problemas pode estar em Minas Gerais e atender pelo nome de A Fase Rosa – uma banda da cena independente mineira que é muito competente fazendo essa mistura de aqui e lá e ontem, hoje e sempre.
Mais conhecidos em Belo Horizonte, onde se reuniram em 2009 e até hoje residem, os quatro integrantes do grupo vêm a São Paulo nesta sexta-feira, 14 de novembro, para o lançamento de seu segundo álbum, Leveza. É o começo de uma turnê nacional, que pretende ampliar a repercussão deste trabalho de traduzir tudo o que é mundo numa linguagem brasileira – e que já tem shows marcados no Rio de Janeiro e em algumas cidades do Nordeste.
Leveza dá continuidade ao primeiro disco da Fase Rosa, Homens lentos, mas, segundo Thales Silva, que assume a guitarra e o vocal, “se deu de modo muito leve e resultou em músicas mais despretensiosas, menos carregadas e com letras mais positivas e cativantes”. Não que o primeiro trabalho não aponte nesta direção, mas o novo álbum transparece certo amadurecimento.
Nele se assomam as principais inspirações dos Rosa, que inclui intelectuais do tropicalismo como o geógrafo Milton Santos, o antropólogo Darcy Ribeiro e o escritor Eduardo Galeano – este último, uruguaio –, tanto como grandes destaques da música brasileira nos anos 70 (Tom Zé, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Paulinho da Viola e Itamar Assunção).
Thales explica que o nome da banda evoca “coisas com as quais nos identificamos” e, mais especificamente, a ‘fase rosa’ de Pablo Picasso, que ganhou esse título por conta de pinturas e colagens mais alegres do pintor espanhol. “Gostamos desse contraste entre razão e festa, a coisa do carnaval, da brincadeira”, diz.
Cativam especialmente as canções A praia, que evoca “o momento que vivíamos com a explosão da Praia da Estação”, em Belo Horizonte; Paraíba, que fala de feminismo; e Mãos unidas, que faz referência direta aos “livros que tratavam da construção das nações latino-americanas”, entre eles O povo brasileiro, de Darcy Ribeiro. Todo o álbum está disponível para download no site da banda, que inclui comentários faixa a faixa.
Conheça de perto no show que acontece sexta no espaço cultural Puxadinho da Praça, na Vila Madalena, ou baixe o disco para embalar seu fim de semana.
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