Obama apresentará esta semana seu plano para combater o Estado Islâmico
Na próxima quarta-feira, o presidente dos EUA explicará ao Congresso e aos cidadãos sua decisão de “iniciar uma ofensiva” contra os jihadistas
Um dia antes da data que marcará os 13 anos do ataque da Al Qaeda aos Estados Unidos, Barack Obama vai se dirigir à nação para apresentar quais são seus planos para combater o Estado Islâmico no Oriente Médio.
Na próxima quarta-feira, o presidente dos EUA, após um período de críticas por sua suposta paralisia -motivadas em parte por algumas declarações desafortunadas dele- explicará ao Congresso e aos cidadãos sua decisão de "iniciar uma ofensiva" contra os jihadistas, mas reforçará que não vai haver tropas norte-americanas na região, já que "isso não é equivalente à guerra do Iraque".
Obama fez estas declarações recentes durante uma entrevista transmitida neste domingo e gravada no sábado na Casa Branca para o programa de televisão Meet The Press - que estreou um novo apresentador. Segundo o presidente, neste momento o Estado Islâmico não representa uma ameaça direta aos EUA, mas pode chegar a ser. "Quero que todo mundo entenda que não vimos nenhuma informação recente de espionagem sobre ataques ao nosso território" por parte do Estado Islâmico, acrescentou Obama. "Mas a ameaça existe e temos a capacidade de lidar com ela, e isso é o que vamos fazer", afirmou Obama a Chuck Todd, novo apresentador do tradicional programa de informação.
Antes do discurso na próxima quarta-feira, Obama vai se reunir no dia anterior com os líderes do Congresso para buscar apoio a sua estratégia contra o grupo islamita que já controla partes da Síria e do Iraque, e que acabou com a vida de dois jornalistas norte-americanos. Em seu plano de ataque, "a próxima fase é passar à ofensiva", disse o presidente, sem entrar em mais detalhes. "Isso não é como a guerra do Iraque, isso é similar às campanhas antiterroristas que temos realizado de forma consistente nos últimos cinco, seis e sete anos".
As palavras do presidente foram transmitidas quase que paralelamente ao novo bombardeio por parte dos Estados Unidos a posições do EI nos arredores da represa de Hadiza, na província iraquiana de Al Anbar, segundo informava o Pentágono, que tenta evitar que a instalação caia nas mãos dos jihadistas, uma vez que o local fornece água a milhões de iraquianos e representa a segunda maior geradora de eletricidade do Iraque.
Nas palavras do secretário de Defesa, Chuck Hagel, "se a represa cair nas mãos do EI ou for destruída, o dano que se produzirá será muito importante". Os jihadistas já tomaram o controle da represa de Mossul, no norte do Iraque, mantendo sob seu poder durante dez dias até serem expulsos por uma força mista iraquiana e curda em 18 de agosto.
A província de Al Anbar está parcialmente dominada desde o mês de janeiro pelo EI, que meses depois -em junho- se lançou a conquistar novas regiões do Iraque e proclamou um califado islâmico.
A operação anunciada em agosto pelo presidente Barack Obama pretendia, segundo foi formulada, evitar a matança de cidadãos da minoria yazidi nas montanhas de Sinjar, assim como proteger os cidadãos norte-americano no Curdistão iraquiano e na capital do país, Bagdá.
Os ataques da aviação norte-americana representam, portanto, uma extensão da operação, ainda que o Pentágono mantenha que seu objetivo é a defesa de seus cidadãos em solo iraquiano. A entrevista de Obama à NBC tinha dois propósitos: dar as boas-vindas ao novo apresentador do tradicional espaço de análise política e social e permitir à Casa Branca sair da letargia da qual tem sido acusada na hora de enfrentar os jihadistas que buscam a criação de um califado salafista. Na melhor das versões, Obama tem sido refém de suas próprias palavras -melhor ou pior interpretadas pela imprensa- e atuações. Se ir jogar golfe -com a consequente foto- após falar com a família do primeiro jornalista decapitado pelo Estado Islâmico não foi a melhor decisão de politicamente correto, também ajudaram suas declarações de que seu Governo não contava "com uma estratégia" na Síria para deter o avanço jihadista, ou que estes radicais eram meros principiantes aprendizes de terroristas.
O presidente parece agora decidido a passar à ação e a ser ele quem vai estabelecer a agenda, quando já há vozes democratas no Congresso que falam de iniciar uma legislação que autorize a Casa Branca a intervir na Síria. O primeiro passo teria sido dado durante a cúpula da Otan no País de Gales, com a criação por parte de Obama de uma coalizão internacional que apoiará com ataques aéreos o trabalho a ser feito no terreno pelas tropas iraquianas e curdas. O segundo foi neste domingo com esta nova forma de avanço informativo protagonizada pelo presidente. O penúltimo passo -porque haverá mais- será na quarta-feira, quando o presidente, às portas do 13º aniversário dos ataques terroristas de 11 de Setembro, informará a seus cidadãos que os Estados Unidos continuam em guerra contra o terrorismo, seja qual for sua denominação, cara ou tática.
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