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Obama autoriza voos sobre a Síria para buscar alvos do Estado Islâmico

A Casa Branca negou que tenha decidido ampliar a intervenção militar contra o grupo

Marc Bassets
Barack Obama e o general Martin Dempsey.
Barack Obama e o general Martin Dempsey.Jacquelyn Martin (ap)

Os Estados Unidos enviarão aviões e drones para a Síria na tentativa de obter mais informações sobre as posições dos combatentes jihadistas do Estado Islâmico (EI). Os voos de reconhecimento, autorizados pelo presidente Barack Obama no fim de semana, são um passo necessário para uma futura intervenção aérea naquele país. A Casa Branca insiste que não decidiu lançar um ataque.

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Obama cogita ampliar para a Síria os ataques ao Estado Islâmico

Na noite de segunda-feira, o Pentágono vazou a decisão de Obama a vários órgãos da imprensa norte-americana, entre eles o The Wall Street Journal e o The New York Times. O problema dos EUA na Síria é que, ao contrário do que ocorre no Iraque, os norte-americanos carecem de informantes em terra e de capacidade para espionar pelo ar.

Sem essas informações, o país tem dificuldade de avaliar onde estão localizadas as forças do EI e o nível da ameaça. “Ainda não decidimos atacar, mas para poder tomar essa decisão é preciso reunir o maior número de informações possível sobre a situação”, disse uma fonte do Pentágono ao The Wall Street Journal.

No dia 8 de agosto, Obama autorizou os primeiros ataques aéreos sobre posições do EI no Iraque. O objetivo era conter o avanço dos jihadistas até Erbil, capital do Curdistão iraquiano, e proteger os yazidis, uma minoria ameaçada pelos insurgentes.

"Para poder tomar essa decisão é preciso reunir o maior número de informações possível sobre a situação", disse uma fonte do Pentágono

Até poucos dias atrás uma intervenção na Síria não estava nos planos dos EUA. A execução pública do jornalista norte-americano James Foley, divulgada na semana passada, alterou os cálculos.

“É necessário um esforço coletivo dos governos e dos povos do Oriente Médio para extirpar esse câncer, para que ele não se alastre”, disse Obama em alusão ao Estado Islâmico.

Os voos de reconhecimento na Síria serão realizados sem a permissão do Governo sírio, segundo as fontes citadas. No verão de 2011, alguns meses depois do início da guerra civil no país, os EUA exigiram a saída do presidente sírio, Bashar al-Assad. Há um ano, Obama acenou com uma intervenção aérea, mas desistiu no último minuto.

Na segunda-feira, o Governo sírio ofereceu sua colaboração às potências ocidentais contra o EI, mas também advertiu que qualquer intervenção estrangeira deve ser coordenada com Damasco, informou a agência Reuters.

A ascensão no Iraque e na Síria do EI, um grupo cujo extremismo o fez se destacar dos combatentes mais radicais contra Al-Assad, colocou os EUA no mesmo grupo que seu inimigo, a Síria. A coincidência não significa que ambos os países venham a se aliar, pelo menos a curto prazo.

Obama quer evitar que uma eventual ação contra o EI na Síria apareça como uma operação de resgate a Al-Assad. Por isso ele tem evitado notificar o regime sírio sobre os voos no espaço aéreo do país e tem mantido de pé os planos dos EUA para armar a oposição moderada síria.

O chefe das Forças Armadas dos Estados Unidos, general Martin Dempsey, declarou à agência de notícias Associated Press que recomendará a Obama bombardear o EI na Síria quando concluir que o grupo representa uma ameaça ao território norte-americano, mas acrescentou que, por enquanto, trata-se de uma ameaça regional e que os norte-americanos precisam de provas de que a organização esteja preparando atentados contra os EUA ou a Europa.

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