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Os EUA tentaram resgatar os reféns norte-americanos do Estado Islâmico

A fracassada operação é divulgada um dia depois que o EI publicou um vídeo com a execução do jornalista norte-americano James Foley

Silvia Ayuso
O presidente Barack Obama ao condenar o assassinato de James Foley
O presidente Barack Obama ao condenar o assassinato de James FoleyREUTERS

Os Estados Unidos realizaram “recentemente” uma infrutífera operação militar na Síria para tentar resgatar “vários” reféns norte-americanos em mãos do grupo extremista Estado Islâmico (EI), segundo foi confirmado nesta quarta-feira pelo Pentágono e pela Casa Branca.

A operação, na qual se empregaram “componentes de ar e terra” e que estava centrada em uma “rede concreta de sequestradores” do EI, não teve sucesso porque “os reféns não estavam presentes no local” onde ela foi realizada, explicou o porta-voz do Departamento de Defesa, John Kirby, em um comunicado.

A informação é divulgada poucas horas depois de o presidente Barack Obama condenar o “brutal” assassinato do jornalista James Foley por parte do EI. A formação jihadista publicou na terça-feira um vídeo com a decapitação do norte-americano, desaparecido na Síria há quase dois anos, e que qualificou como vingança pelos ataques aéreos norte-americanos contra posições de seus milicianos no Iraque.

Obama autorizou a operação frustrada porque sua equipe de segurança nacional chegou à conclusão de que os reféns "estavam em perigo a cada dia que passavam nas mãos do EI", disse, por sua vez, a assessora do presidente em Antiterrorismo, Lisa Monaco. "O Governo norte-americano tinha o que consideramos suficiente informação de inteligência e, quando se apresentou a oportunidade, o presidente autorizou o Departamento de Defesa a atuar de forma agressiva para recuperar nossos cidadãos. Lamentavelmente, essa missão não teve sucesso", acrescentou em uma declaração emitida pela Casa Branca.

Nem o Pentágono nem a Casa Branca confirmaram oficialmente se Foley fazia parte do grupo de reféns que se tentou libertar, cujo número também não foi precisado.

Os jornais The New York Times e The Washington Post afirmam, no entanto, com base em fontes do Governo de Obama que falaram sob condição de anonimato, que o jornalista assassinado era, sim, um dos objetivos da operação de resgate, que foi autorizada depois de os serviços de inteligência interrogarem meia dúzia de “reféns ocidentais” libertados pelos jihadistas.

De acordo com o Post, ao menos um dos membros da equipe de resgate ficou ferido na frustrada operação. Os extremistas, por sua vez, sofreram "um bom número de baixas", cita o Times, segundo outra das fontes oficiais.

No vídeo publicado pelo EI aparece um outro jornalista norte-americano sequestrado na Síria, Steven Joel Sotloff, que também é ameaçado caso Obama não ordene o fim dos bombardeios contra suas posições no Iraque.

Obama afirmou nesta quarta-feira que os EUA farão “o que for necessário” para proteger seus cidadãos ameaçados em qualquer parte do mundo e prometeu continuar atuando para “extirpar” o “câncer” que é o EI antes de que ele se estenda pela região.

Diversos meios asseguravam previamente que a Casa Branca sabia que o EI ameaçava executar  Foley.

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