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Francisco: “É urgente encontrar uma solução pacífica para a Síria”

No início de sua visita à Terra Santa, o papa elogia a Jordânia por acolher milhões de refugiados

O papa Francisco e o rei da Jordânia neste sábado em Amã.
O papa Francisco e o rei da Jordânia neste sábado em Amã.JAMAL NASRALLAH (EFE)

As primeiras palavras do papa Francisco depois de aterrissar neste sábado em Amã, primeira escala de sua viagem de três dias pela Terra Santa, foram de efusivos agradecimentos à Jordânia por acolher "generosamente uma grande quantidade de refugiados palestinos, iraquianos e em especial da Siria” e a seu rei, Abdullah II, pela aposta no diálogo na região: “Você é um homem de paz, um artífice de paz; obrigado”. Jorge Mario Bergoglio disse que “é necessário e urgente encontrar uma solução pacífica à crise da Síria, além de uma justa solução ao conflito entre israelenses e palestinos”.

O Papa sabe que não é uma viagem precisamente fácil, que a cada palavra e a cada gesto será analisado milimetricamente, que tanto o que diga como o que silencie frustrará ou alimentará as expectativas –e também os ressentimentos– de palestinos e israelenses. Mas isto não impediu que em sua primeira parada de uma visita que pretende comemorar a feita por Paulo VI há meio século se convertesse em um elogio rendido à Jordânia e ao seu rei. Seu curto discurso de uma folha elogiou, nesta ordem, a solidariedade dos jordanianos, a liderança de Abdullah II e a “serena convivência entre os fiéis das diversas religiões”.

“Este país”, advertiu Bergoglio, “acolhe generosamente uma grande quantidade de refugiados da vizinha Síria, destruída por um conflito que está durando muito tempo. Este acolhimento merece o reconhecimento e a ajuda da comunidade internacional (…). Ao mesmo tempo que constato com pesar que continua havendo fortes tensões na região do Oriente Médio, aproveito a ocasião para renovar meu profundo respeito e consideração à comunidade muçulmana e expressar meu reconhecimento pela liderança que sua majestade o rei assumiu para promover um mais adequado entendimento das virtudes proclamadas pelo islã e a serena convivência entre os fiéis das diversas religiões”.

Depois de ser recebido pelos reis Abdullah e Rania no palácio Al-Husseini, o Papa se dirigiu ao estádio nacional de Amã para, como já tinham feito João Paulo II e Bento XVI, celebrar uma missa e dar a primeira comunhão a 1.400 crianças, muitas delas refugiadas.

A estada na Jordânia continuará com uma visita ao sítio batismal de Betânia, na orla do rio Jordão, e com um encontro com um grupo de refugiados e de jovens com algum tipo de deficiência. É só o começo da complicada agenda sobre a qual brincou Bergoglio quando, após decolar de Roma, ele começou a saudar, um a um, os jornalistas da comitiva papal. Depois de dar ânimo aos repórteres diante de uma viagem que qualificou como “esgotadora”, prometeu a todos que na volta se submeteria a perguntas, tal como fez após a visita ao Rio de Janeiro.

O principal da agenda

Estes são os momentos principais da apertada agenda do Papa em sua viagem à Terra Santa.

Sábado 24:

-Visita aos reis da Jordânia em Amã.

-Missa no estádio de Amã.

-Visita ao local do batismo de Jesus no rio Jordão e encontro com refugiados sírios.

Domingo 25:

-Encontro com o presidente palestino, Mahmud Abbas.

-Missa na praça do Presépio de Belén.

-Visita ao campo de refugiados palestinos de Dheisheh em Belén.

-Ato ecumênico no Santo Sepulcro de Jerusalém.

Segunda 26:

-Visita à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém.

-Visita ao Muro das Lamentações.

-Oferenda no monte Herzl.

-Visita ao Museu do Holocausto Yad Vashem.

-Encontro com o presidente israelense, Shimon Peres.

-Encontro com o primeiro-ministro israelense, Benjamín Netanyahu.

-Missa no Cenáculo.

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