A Espanha mantém a eliminação de empregos no primeiro trimestre de 2014
O número de ocupados diminui em 184.600 pessoas no trimestre e em 79.600 em um ano A taxa de desemprego termina março com 25,93%, dois décimos a mais que no fechamento de 2013 A Pesquisa da População Ativa do INE aponta uma tímida redução de 2.300 desempregados
A tradição de um mercado de trabalho sazonal como o espanhol acabou se impondo aos desejos e aos discursos políticos. A Espanha continuou eliminando empregos no primeiro trimestre de 2014. Há indícios de recuperação econômica, claro. Mas ainda não tão vigorosa a ponto de que se reflita nos postos de trabalho, que continuaram caindo em todas as comparações possíveis: trimestral, anual e dessazonalizada.
Segundo a Pesquisa de População Ativa (EPA) publicada pelo INE nesta terça-feira, o total de ocupados diminuiu em 184.600 pessoas no trimestre e em 79.600 em um ano. Dois dados que reduzem o número de pessoas trabalhando na Espanha a 16.950.600, a cifra mais baixa desde 2002.
Do outro lado da moeda laboral, o desemprego, também não há boas notícias. O número de desempregados caiu. Sim, há 2.300 a menos do que há um ano e o total ficou em 5.933.300. Mas esse declínio, o primeiro em um começo de ano desde 2005, é exclusivamente pela redução da população ativa (424.500 pessoas a menos com idade e disposição de trabalhar) e não evitou que a taxa subisse até 25,93%
Isso é possível porque a porcentagem dos desempregados é o quociente de uma divisão entre o número de pessoas sem emprego, o qual caiu, e o de ativos, com uma queda mais significativa.
O primeiro trimestre de 2014 tem uma desvantagem comparativa clara em relação ao ano anterior. O calendário alongou bastante a Semana Santa, um estímulo muito importante para o emprego, de março. Isso fez com que o mercado de trabalho tivesse pior comportamento do que em exercícios anteriores. Apesar disso, e diante dos indícios de recuperação no início da temporada alta do turismo, a EPA do primeiro trimestre leva a pensar que a queda no mercado de trabalho espanhol chegou ao fundo do poço. Por isso, a partir de agora é possível que o emprego comece a se recuperar muito paulatinamente.
O dado dessazonalizado também não é bom para o emprego, com uma queda de 0,10% entre trimestres no total de ocupados. Quanto ao desemprego, o número de ativos sem trabalho baixa para 2,20%, “confirmando-se a tendência à queda dos três trimestres anteriores”, afirma o INE.
Distribuição por setores
Por sectores, o número de ocupados aumentou no trimestre na Agricultura em 31.800 pessoas. Pelo contrário, caiu em Serviços (-126.000), Construção (-48.200) e Indústria (-42.000), No último ano o emprego cresceu na Agricultura em 92.600 vagas e nos Serviços em 30.700. Por outro lado, caiu na Indústria (79.900 ocupados a menos) e na Construção (123.000). Por tipo de jornada, a eliminação de empregos continua afetando os trabalhadores de período integral, com o desaparecimento de 176.800 postos, enquanto o número de ocupados em meio período perdeu 7.800. Assim, a porcentagem de pessoas que trabalham em tempo parcial se incrementou 13 centésimos, chegando a 16,20%.
Chama a atenção que o emprego público consiga aumentar em 11.000 pessoas, até 2.920.500 enquanto no setor privado tenha diminuído neste trimestre em 195.800 pessoas, situando-se em 14.030.100. Apesar disso, tanto o emprego público como o privado apresentam variações anuais negativas.
Por outro lado, aumentou o número de residências com todos os seus moradores desempregados no primeiro trimestre do ano, em 53.100, o que representa a 2,7% mais do que no trimestre anterior. Apesar disso, no último ano o total de domicílios com todos os seus membros desempregados caiu em 33.900, 1,7% menos.
Segundo a EPA, 2013 acabou sendo o sexto exercício consecutivo em que se eliminaram empregos, embora a deterioração tenha sido inferior à dos anos precedentes. De qualquer modo, a perda de 198.900 postos de trabalho elevou para 3,75 milhões os empregos desaparecidos na longa recessão que sofre o mercado de trabalho espanhol e que fez o número de ocupados voltar ao nível de 2002.
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