Kerry anuncia uma ajuda de um bilhão de dólares para a Ucrânia
O secretário de Estado viaja a Kiev para apoiar as novas autoridades no meio do conflito com a Rússia
"A Rússia busca um pretexto para intervir na Ucrânia", declarou nesta terça-feira o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, em uma coletiva de imprensa em Kiev. Kerry chegou pouco antes do meio-dia à capital para anunciar um pacote de ajuda econômica para os desfalcados cofres ucranianos e apoiar o novo Governo, imerso em um conflito territorial com a Rússia. Washington prometeu 1 bilhão de dólares (2,3 bilhões de reais) e ajuda técnica. "A Rússia deve retirar suas tropas e participar de uma política legítima para liquidar a tensão", ressaltou Kerry. Caso contrário, acrescentou, EUA e seus aliados redobrarão as medidas de isolamento econômico e diplomático.
Em um sinal de respaldo à nova situação política da Ucrânia, Kerry falou rodeado de dezenas de jornalistas e câmeras entre as milhares de flores e velas que os ucranianos colocaram na Maidan para lembrar os mortos nos protestos.
Durante a tarde da terça-feira, além disso, o presidente dos EUA, Barack Obama declarou que "a agressão do presidente russo Vladimir Putin na Ucrânia não é um sinal de fortaleza da Rússia, mas sim um reflexo da profunda preocupação dos países vizinhos sobre a intromissão de Moscou".
Pouco antes, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que, a partir de abril, cessará a venda de gás a preços reduzidos à Ucrânia. Essa medida terá um forte impacto em um país à beira da quebra e que precisa de ajuda exterior. O 1 bilhão dos EUA buscam compensar o golpe energético de Moscou. “Os EUA estão preparados para trabalhar com seus sócios para dotar a Ucrânia de todo o apoio necessário para restaurar sua estabilidade financeira e reiniciar seu crescimento econômico”, assinalou o secretário do Tesouro, Jack Lew.
Os Estados Unidos também enviarão a uma equipe de especialistas para assessorar o banco central ucraniano e o ministério da Economia para resgatar parte do dinheiro esfumado dos cofres públicos, que o próprio primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, cifrou em 37 bilhões de euros. Um grupo de especialistas do Fundo Monetário Internacional (FMI) trabalham desde a semana passada em Kiev para avaliar as necessidades financeiras do país, que as novas autoridades cifraram na semana passada em 35 bilhões de dólares. "O FMI estará à frente de todos os pacotes internacionais para a Ucrânia e está preparado para apoiar as reformas que o país deve realizar para recuperar sua saúde econômica, o que inclui apoio técnico e financeiro a larga escala”, indicou a Casa Branca no comunicado.
Washington também enviará técnicos para apoiar o Governo ucraniano na luta contra a corrupção e prestar assistência nas próximas eleições, para garantir a legitimidade do resultado eleitoral.
Paralelamente, os EUA adotarão novas multas contra a Rússia, desta vez focadas sobre seus líderes, companhias e militares que entrariam em vigor “nos próximos dias”, de acordo com servidores públicos da Administração, se Putin não voltar atrás em sua intenção de intervir na Ucrânia. Estas medidas se somariam à suspensão das práticas militares com Moscou e das conversas para uma maior integração econômica com a Rússia, que o Governo norte-americano anunciou no domingo à noite. Washington trabalha com a Europa para que se adotem decisões similares que contribuam para aumentar a pressão sobre o presidente russo.
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