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Biden pede que China tome medidas para diminuir a tensão na Ásia-Pacífico

O presidente dos EUA afirmou em uma reunião com 60 executivos norte-americanos que o anúncio do estabelecimento de uma nova zona de defesa aérea causou 'apreensão na região'

O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, em Pequim durante um encontro com empresários.
O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, em Pequim durante um encontro com empresários.Lintao Zhang/POOL (EFE)

O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, garantiu nesta quinta-feira que a China deve tomar medidas para diminuir a tensão na região Ásia-Pacífico a fim de proteger sua crescente participação na paz e na estabilidade regionais. "O recente e repentino anúncio chinês do estabelecimento de uma nova zona de identificação de defesa aérea, para dizer o óbvio, causou uma apreensão significativa na região", disse ele a um grupo de cerca de 60 executivos sêniores norte-americanos em Pequim, na segunda etapa de uma viagem pela Ásia de uma semana, que começou na segunda-feira em Tóquio, de acordo com a agência de notícias France Press. "E fui muito direto sobre nossa posição firme e nossas expectativas em minhas conversas com o presidente (chinês) Xi (Jinping)".

Biden afirmou que tratou detalhadamente do assunto durante as cinco horas e meia de diálogo que manteve ontem com Xi e que lhe manifestou uma profunda rejeição de Washington a uma medida que, segundo disse, rompeu o status quo no Mar da China Oriental e provocou inquietude em vários países da região, como Japão, Coreia do Sul e Filipinas.

Pequim declarou no mês passado que havia criado uma "zona de identificação de defesa aérea" (ADIZ, na sigla em inglês) sobre ilhas desabitadas e disputadas com o Japão, que as chama de Senkaku, enquanto os chineses as denominam Diaoyu. O arquipélago, que abriga importantes recursos pesqueiros e de gás, é administrado pelo Japão.

A nova normativa exige que os aviões que sobrevoam a área informem seus planos de voo ao governo chinês. Os Estados Unidos e o Japão se negaram e enviaram aviões militares diversas vezes à região desde então.

Um funcionário da Casa Branca reiterou na quarta-feira, após os encontros de Biden com os líderes chineses, que Washington não reconhece a zona de defesa aérea chinesa e que é crucial que Pequim não realize nenhuma ação relacionada à zona que possa aumentar a tensão regional.

A China argumenta que a demarcação, que se sobrepõe àquela criada pelo Japão na década de 1960, foi estabelecida para reduzir o risco de mal-entendidos. O Ministério das Relações Exteriores chinês disse hoje em um breve comunicado que durante as reuniões com os líderes chineses, eles disseram a Biden que esta nova zona de defesa aérea "está em conformidade com a lei internacional" e que os EUA "deveriam adotar uma atitude objetiva e justa e respeitá-la." Após o anúncio da medida chinesa, Washington rapidamente manifestou apoio a seu aliado Japão, com que tem um tratado de segurança que inclui as ilhas Senkaku/Diaoyu. Mas, desde então, os norte-americanos têm tentado acalmar a situação e reafirmaram a necessidade de desenvolver a confiança entre Washington e Pequim.

O tema da zona aérea de defesa dominou a agenda de Biden em sua viagem pela Ásia, que incluiu hoje uma reunião com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang. Depois de Pequim, o vice-presidente norte-americano começa hoje sua terceira e última escala de sua viagem na Coreia do Sul, que também tem se incomodado com a ADIZ.

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