Patricia Fernández de Lis: “A ciência é o que temos de mais importante para lutar contra as pandemias, mas é falível”

Redatora-chefa da seção de Ciência do EL PAÍS analisa o valor e a qualidade do noticiário científico durante a pandemia

Patricia Fernández de Lis, redatora-chefa da seção de Ciência do EL PAÍS. / SAÚL RUIZ MATA
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“A ciência é poderosa. É talvez o que de mais importante temos à nossa disposição, como sociedades avançadas, para lutar contra as pandemias como esta ―mas também é falível”, reconhece a redatora-chefa de Matéria, Patricia Fernández de Lis. Essa seção do EL PAÍS, que reúne todo o noticiário relativo a ciência, tem sido uma das mais relevantes do jornal desde o início da pandemia da covid-19.

A editora admite que cobrir a crise do coronavírus foi provavelmente o desafio profissional “mais exigente e mais complicado” de toda a sua carreira e a de seus colegas. “Ainda há muitíssimas dúvidas, eu quase chegaria a dizer que há mais coisas que não sabemos do que as que sabemos sobre este vírus”, reconhece.

Ao longo dos últimos meses, cresceu a publicação de estudos científicos, muitos deles sem revisão por pares, devido à necessidade de saber mais sobre o coronavírus de maneira imediata. Isso obrigou os repórteres a lidarem com informações pouco confiáveis. “Fica extremamente complicado para os os jornalistas trabalharem”, observa a redatora-chefa.

Porém, um árduo trabalho foi capaz de levar notícias e reportagens vitais para a população. Fernández de Lis destaca o artigo Uma sala de estar, um bar e uma sala de aula: assim o coronavírus é transmitido pelo ar. Esse trabalho, no qual se explica como as medidas sanitárias — máscara, distância social e ventilação —repercutem nos contágios, foi traduzido a uma dezena de idiomas e elogiado publicamente por vários cientistas. Foi resultado de pesquisa e também de paciência, pois os três responsáveis por seu desenvolvimento — Mariano Zafra, Javier Salas e José Luis Jiménez — estudaram a fundo até chegar a uma fórmula, de texto e gráfica, para explicar tudo da maneira mais acessível possível. A redatora-chefa elogia esse processo, lento, mas eficaz, em nome da “responsabilidade” para com os leitores.

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