_
_
_
_
_

O que promete a próxima Bienal de Arquitetura de São Paulo

A diretoria do IABsp propõe ampliar ainda mais o caráter da bienal como evento promotor de uma cultura urbana e arquitetônica democrática

Bienal de Arquitetura
Ariel Martini
Fernando Túlio Gabriela Matos Sabrina Fontenele

Ao mesmo tempo em que cidades ao redor do mundo desenvolvem experiências de gestão urbana que aprofundam a democracia, assistimos a um contexto global de escaladas autoritárias. É diante dessa realidade que o IABsp anuncia seu novo modelo para a Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo.

Mais informações
Vista del Museo Guggenheim de Bilbao, de Frank Gehry.
Os melhores arquitetos escolhem os melhores edifícios do século XX
Detalhe do Palácio Capanema, no Rio de Janeiro.
Rio, Capital Mundial da Arquitetura da Unesco
Parque Anhembi, projeto de Jorge Wilheim e Miguel Juliano.
90 anos de história do Brasil contados pelo concreto

A mudança de abordagem começou na 10ª edição do evento, em 2013, quando a bienal ocorreu ao mesmo tempo em diversos equipamentos culturais e institucionais distribuídos nas imediações da rede de transporte público. Até então, e desde a primeira edição em 1973, a mostra ocorreu no Parque Ibirapuera, quase que exclusivamente no Pavilhão da Bienal.

Uma nova mudança foi testada na 12ª Bienal, realizada entre setembro e dezembro de 2019. A seleção da curadoria foi decidida por um júri internacional, com a escolha de um tema cujo enfoque foram os usos cotidianos nos espaços urbanos e arquitetônicos. Parte significativa dos projetos e trabalhos expostos nesta última bienal também foram escolhidos por meio de uma chamada aberta. Esse novo modelo de gestão busca engajar não somente a classe de arquitetos, mas a sociedade como um todo, em uma reflexão contínua.

Agora, com a chapa de continuidade da atual gestão reeleita para o próximo triênio, a diretoria do IABsp propõe ampliar ainda mais o caráter da bienal como evento promotor de uma cultura urbana e arquitetônica democrática, que tenha como norte melhorar as condições de vida nas cidades, especialmente as de quem mais precisa. Com esse objetivo, propõe um modelo replicável, a ser usado nas próximas cinco edições (2021-2031).

O recorte territorial terá dois enfoques prioritários. Um centralizado, em equipamentos culturais e espaços públicos no eixo da avenida Paulista. Outro disperso, formando uma rede de equipamentos nas periferias próximos a projetos de transformação urbana e ambiental em curso, conduzidos em diálogo com as comunidades locais. Nesses equipamentos ocorrerão exposições, debates e atividades para envolver as diferentes populações da cidade. O objetivo é que o evento acolha a diversidade regional, cultural, de práticas profissionais, de escala, de linguagens, e de autores em função do gênero e raça.

Uma série de encontros ocorrerão nos primeiros meses de 2020 para debater e consolidar o edital do concurso de curadoria, em que constarão os temas a serem investigados no evento e as parcerias previamente firmadas com universidades, instituições culturais e movimentos sociais, a serem ampliadas a cada ano. Permanecem as chamadas abertas para selecionar projetos, atividades e intervenções urbanas vinculadas à bienal. O que se busca é reunir um conjunto de propostas que abordem problemas urgentes relacionados aos diferentes modos de vida nas cidades e alternativas possíveis que contemplem tanto questões estruturais como abordagens simbólicas e táticas.

O processo que começa agora em 2020 visa criar e fortalecer uma rede de colaboração reunida em torno de um pacto social de compartilhamento de projetos, narrativas, experiências e ferramentas de compreensão e a transformação do ambiente e da cultura urbana.

Fernando Túlio, presidente, Gabriela Matos, vice-presidente e Sabrina Fontenele, diretora de cultura do Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento São Paulo (gestão 2020-22)

Mais informações

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_